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MÚSICA
Objetivo é lançar produção nacional em vinil e CD
DJs brasileiros investem na criação de selos especializados em eletrônica
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil se consolida a cada dia
como celeiro de DJs e produtores
de peso. Casos de sucesso internacional, como Marky, Xerxes, Patife, Mau Mau, Anderson Noise,
Renato Cohen e, mais recentemente, Drumagick são cada vez
menos motivo de espanto.
Natural, então, que um mercado de selos especializados em discos de vinil ganhe corpo.
No último mês, surgiram pelo
menos três novos selos: o M. Music, do DJ Mau Mau (tecno), o
Mega Music, do DJ Ramilson
Maia (drum'n'bass), e o Puzzle,
do DJ Mimi (house). Os três têm
em comum o fato de prensarem
seus discos na única fábrica brasileira de vinis, a Poly Som, no Rio.
Com isso, as bolachas chegam
ao consumidor bem mais baratas
do que as importadas -que custam R$ 35, em média.
Mau Mau já era sócio do selo
Tropic Records, mas resolveu investir no M. Music porque queria
lançar diferentes estilos. "O Tropic lança coisas com características mais brasileiras, tinha vontade de variar", diz o DJ.
O primeiro lançamento do recém-criado selo é o vinil "Start
EP", com três faixas do próprio
Mau Mau. No futuro, ele pretende
lançar estilos bem diferentes dos
que costuma tocar (tecno e house). "Pode ser até d'n'b ou trip
hop. Se for legal, vou lançar." O
próximo DJ a sair pelo M. Music
deve ser André Juliani.
Além do M. Music, Mau Mau
agora trata dos finalmentes para o
lançamento de seu primeiro CD,
"Music Is My Life". O disco vai
sair por uma gravadora maior
("estou em negociações"), provavelmente em setembro.
Mimi, dono do Puzzle, pensou
em investir no vinil para ter liberdade de lançar o que quisesse,
quando tivesse vontade. "Acho
que é o único jeito de a gente vender a nossa música. É um primeiro passo também para chegar ao
mercado internacional. O legal é
que não vou ficar na mão de um
empresário", diz. Seu selo deve
investir predominantemente em
house, tech-house e breakbeat.
O Mega Music, sociedade de
Ramilson Maia com os irmãos
Gui e Jorge Borato, deverá lançar
"de tudo". "Vamos apostar em
tecno, house, d'n'b e até em dance
music de rádio. Não adianta querer fazer um selo com conceito
bacana, sem ganhar um dinheiro", relativiza Ramilson.
O primeiro lançamento será
uma coletânea em CD, com 11 faixas. Em seguida, virão cinco vinis.
"A meta é lançar discos para DJs.
Eles é que fazem as músicas pegarem. É a partir daí que a coisa
avança."
(CLAUDIA ASSEF)
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