São Paulo, sexta-feira, 23 de agosto de 2002

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MÚSICA

Objetivo é lançar produção nacional em vinil e CD

DJs brasileiros investem na criação de selos especializados em eletrônica

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil se consolida a cada dia como celeiro de DJs e produtores de peso. Casos de sucesso internacional, como Marky, Xerxes, Patife, Mau Mau, Anderson Noise, Renato Cohen e, mais recentemente, Drumagick são cada vez menos motivo de espanto.
Natural, então, que um mercado de selos especializados em discos de vinil ganhe corpo.
No último mês, surgiram pelo menos três novos selos: o M. Music, do DJ Mau Mau (tecno), o Mega Music, do DJ Ramilson Maia (drum'n'bass), e o Puzzle, do DJ Mimi (house). Os três têm em comum o fato de prensarem seus discos na única fábrica brasileira de vinis, a Poly Som, no Rio.
Com isso, as bolachas chegam ao consumidor bem mais baratas do que as importadas -que custam R$ 35, em média.
Mau Mau já era sócio do selo Tropic Records, mas resolveu investir no M. Music porque queria lançar diferentes estilos. "O Tropic lança coisas com características mais brasileiras, tinha vontade de variar", diz o DJ.
O primeiro lançamento do recém-criado selo é o vinil "Start EP", com três faixas do próprio Mau Mau. No futuro, ele pretende lançar estilos bem diferentes dos que costuma tocar (tecno e house). "Pode ser até d'n'b ou trip hop. Se for legal, vou lançar." O próximo DJ a sair pelo M. Music deve ser André Juliani.
Além do M. Music, Mau Mau agora trata dos finalmentes para o lançamento de seu primeiro CD, "Music Is My Life". O disco vai sair por uma gravadora maior ("estou em negociações"), provavelmente em setembro.
Mimi, dono do Puzzle, pensou em investir no vinil para ter liberdade de lançar o que quisesse, quando tivesse vontade. "Acho que é o único jeito de a gente vender a nossa música. É um primeiro passo também para chegar ao mercado internacional. O legal é que não vou ficar na mão de um empresário", diz. Seu selo deve investir predominantemente em house, tech-house e breakbeat.
O Mega Music, sociedade de Ramilson Maia com os irmãos Gui e Jorge Borato, deverá lançar "de tudo". "Vamos apostar em tecno, house, d'n'b e até em dance music de rádio. Não adianta querer fazer um selo com conceito bacana, sem ganhar um dinheiro", relativiza Ramilson.
O primeiro lançamento será uma coletânea em CD, com 11 faixas. Em seguida, virão cinco vinis. "A meta é lançar discos para DJs. Eles é que fazem as músicas pegarem. É a partir daí que a coisa avança." (CLAUDIA ASSEF)


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