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DOCUMENTÁRIO
Cultura faz retrato poético de atleta
BRUNO YUTAKA SAITO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A revolução não está nas ruas. Para a nadadora santista Renata
Agondi (1963-1988), a rebelião é
interna, e a tensão, voraz, quase
autodestrutiva. O documentário
"Renata", de Rudá de Andrade,
72, conta a história dessa esportista desgarrada que sofreu as angústias existenciais dos 80. Com
pré-estréia para convidados hoje,
no Cinesesc (tel. 0/xx/11/ 3082-0213), e exibição na TV Cultura
ainda sem data, a produção
-uma parceria entre a Unisanta
e a emissora- é baseada no livro
"Revolution 9", do presidente do
Santos, Marcelo Teixeira, 38.
Diretor de esporte da Universidade Santa Cecília na época em
que conviveu com Renata, Teixeira escreveu o livro tendo como
base o diário íntimo da atleta,
também chamado "Revolution 9"
-ela era fanática pelos Beatles.
"Muitos amigos diziam que sua
história rendia um belo filme,
com todos os ingredientes de um
melodrama", diz Teixeira.
Narrativa trágica: em 88, Renata
morreu de hipotermia (esfriamento do corpo) após tentar atravessar, a nado, o Canal da Mancha. No documentário, repleto de
imagens de arquivo, o foco amplia-se em outras áreas. Ela é retratada através da leitura de seu
diário -feita pela atriz Ester
Góes- como uma jovem com
ideais políticos e libertários.
"Ela sempre estava insatisfeita,
sempre queria subir um degrau
a mais", diz Rudá de Andrade,
que anuncia estar se despedindo
do cinema com a obra.
No retrato do cineasta, entra
muita poesia e música. Fica evidente o lado depressivo e contestador da nadadora, que encontrava no esporte uma maneira de libertar seu "grito primal"
-termo difundido pelo Beatles.
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