São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005 |
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NAS LOJAS Rock MTV AO VIVO TITÃS Há duas bandas chamadas Titãs. A mais famosa é aquela que surgiu no embalo do boom do rock brasileiro. A outra, menos empolgante, é essa que grava seu "MTV ao Vivo". E há dois modos de ser cooptado pelo sistemão da indústria. Uma, é gravar apenas os hits. A outra, um pouquinho mais honesta, é apresentar algumas inéditas entre a avalanche de "mais do mesmo". Os Titãs optam pela segunda via e trazem três novas: "Vossa Excelência" (em que ensaiam crítica à política), "Anjo Exterminador" e "O Inferno São os Outros". E há ainda o DVD e o programa de TV. POR QUE OUVIR: porque traz três músicas novas simpáticas, nada velhuscas. Mas é pouco, claro. (BRUNO YUTAKA SAITO) GRAVADORA: Sony/BMG. QUANTO: R$ 31, em média. Rock/Eletrônica SILENT ALARM REMIXED BLOC PARTY No esquema em que o rock e a eletrônica desmantelam qualquer fronteira, o Bloc Party sempre foi uma banda das mais atuantes. Este "Remixed" aprofunda a conexão entre a banda pós-punk e as pistas. Boas músicas ficam ainda melhores nas mãos de Whitey (que mexe em "Helicopter"), Erol Alkan ("She's Hearing Voices"), M83 ("The Pioneers") e do produtor Paul Epworth, que assina como Phones ("Banquet"). POR QUE OUVIR: o álbum é uma excelente amostra de que os remixes funcionam como bom adicionador de idéias, e não como estratégia preguiçosa para disfarçar uma canção e vender mais discos. (THIAGO NEY) GRAVADORA: Vice Records (importado). QUANTO: R$ 50, em média. ONDE ENCOMENDAR: www.amazon.com; www.velvetcds.com.br. Rock BACK HOME ERIC CLAPTON Em seu primeiro álbum com músicas inéditas desde "Reptile" (2001), o guitarrista que já foi comparado a Deus em pichações nos muros ingleses se mostra pop e variado nos tons como não era há tempos. Há reggae ("Revolution"), balada ("Love Don't Love Nobody", dos Spinners), blues ("Lost and Found") e versões de Stevie Wonder ("I'm Going Left") e George Harrison ("Love Comes to Everyone"). O excesso de sintetizadores e teclados, no entanto, encobre a guitarra de Clapton em várias faixas. POR QUE OUVIR: pela suave faixa-título, a melhor do CD. As demais faixas são medianas e dependem do gosto do ouvinte. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO) GRAVADORA: Warner. QUANTO: R$ 35, em média. Instrumental QUINTETO TECO CARDOSO E LÉA FREIRE No pacote de novidades e relançamentos que a Maritaca coloca nas lojas, destaca-se um CD que está no segundo time, mas que tem gosto do primeiro: "Quinteto", de 1999, tem os sopros de Teco Cardoso e Léa Freire à frente, mas há bom entrosamento -completado por Benjamin Taubkin (piano), Sylvio Mazzuca Jr. (contrabaixo) e A.C. Dal Farra (bateria). Ninguém tenta reinventar a roda, que gira suave mesmo nos solos, feitos à prova de exibicionismo. POR QUE OUVIR: As boas composições de Léa Freire, como "Risco" e "Maré", harmonizam várias vertentes da música brasileira sem passar o recibo gasto das "fusões". (LFV) GRAVADORA: Maritaca. QUANTO: R$ 23, em média Rock HAVE A NICE DAY BON JOVI O homem de Nova Jersey conseguiu de novo. Reunindo canções com títulos banais ("I Want to Be Loved", "I Am", "Story of My Life"), letras de auto-ajuda e os riffs mais convencionais do pior rock farofa, Jon Bon Jovi constrói premeditadamente o mais constrangedor álbum do milênio atual. Tudo faz tanto sentido na sua carreira quando larga o hard rock para ser um sub-Bruce Springsteen modernoso que não há como negar que ele atingiu seu alvo com louvor, fazendo um lixo autoral e extremamente pessoal. Coroa tudo com uma citação deslocadaça a Brian Wilson, em "Last Cigarette". Como assim? POR QUE OUVIR: por que, meu Deus, por quê? (MÁRVIO DOS ANJOS) GRAVADORA: Universal. QUANTO: R$ 33, em média. Rock VC VAI PERDER O CHÃO TERMINAL GUADALUPE De Curitiba, o quarteto Terminal Guadalupe faz um jogo de ilusão de ótica. A começar pelo disco, que parece CD, mas não é -optaram pelo SMD, disco semimetálico, daí o preço baixo. Apesar dos três anos de existência, soam como a geração oitentista de Engenheiros do Hawaii e Nenhum de Nós, dando as costas para "gente cool" -como fica evidente em "Por Trás do Fator Gallagher". Se as referências soam um tanto conservadoras, o resultado é correto, embalando "mensagens" e melodias pop que tanto fascinam audiências mais jovens. POR QUE OUVIR: em vez de patrocinar as eternas voltas dos oitentistas, o público saudosista pode ouvir mais do mesmo em bandas novas, como o Terminal Guadalupe. (BYS) GRAVADORA: independente. QUANTO: R$ 5 (www.tg.mus.br) Texto Anterior: Rap: Hedonista, Kanye West foge dos clichês do hip hop americano Próximo Texto: Pop: Lulu canta ambigüidades da música Índice |
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