São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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Mostra infantil destaca fábulas européias

LÚCIA VALENTIM RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

Um garoto vira corcunda e seu nariz cresce por causa de um feitiço. Você pode pensar numa mistura de Pinóquio com Corcunda de Notre Dame, mas, na verdade, isso é bem anterior à Disney.
Esta é a fábula russa "O Pequeno Narigudo", de Ilya Maximov, adaptação de um conto do século 19, do alemão Wilhem Hauff. O filme, a primeira animação lançada comercialmente na Rússia em 40 anos, está na programação do Festival de Cinema Infantil, que começa hoje em São Paulo. Vindo do Rio de Janeiro, ainda vai passar por sete cidades, como Brasília, Aracaju e Ribeirão Preto.
Além da Rússia, há produções de Finlândia, França, Espanha, Brasil, entre outros países. "Queremos trazer trabalhos independentes. A Disney não precisa de ajuda para passar aqui. A nossa intenção é variar o cardápio para as crianças, não ficar repetindo o de sempre", diz a cineasta Carla Camurati, que organiza o evento ao lado de Carla Esmeralda, Bianca de Felippes e Bianca Costa.
Na terceira edição, o festival busca seus participantes em mostras especializadas de lugares como Berlim, Estocolmo e Dinamarca. É deste último país que sai "Circolina e a Grande Ratinha", de Jannik Hastrup, também diretor de "O Menino que Queria Ser Urso" (2003), vencedor de prêmio especial em Berlim.
"Circolina" é a terceira animação de uma série, que já venceu festivais em Chicago e Stuttgart (Alemanha), sobre uma garotinha-elfa que sai do papel e vira amiga de alguns ratos. "Desta vez, minha preocupação foi falar sobre garotas que são maltratadas pelos irmãos e como elas podem lutar contra isso", conta Hastrup. "Tento contar uma boa história, em que as crianças possam se enxergar. Cada um tem uma porta dentro de si que nos faz voltar à infância. É lá que encontro minha inspiração, por isso é importante mantê-la sempre aberta."
Além dos destaques internacionais (veja quadro ao lado), há uma pré-estréia nacional que varia entre as cidades. Para São Paulo, foi escolhido "O Amigo Invisível", de Maria Letícia.
Do Brasil também vem o homenageado: o quadrinista Mauricio de Sousa e seu "Cine Gibi - O Filme", com a Turma da Mônica.
Completam a grade dois programas de curtas: "7 x Animação" e "Lendas em Animação", este com sete mitos brasileiros -um deles, "Çuikíri", feito por crianças indígenas da Amazônia.
E, para abrir as sessões, é exibido o curta "A Velha a Fiar", "remake" dos educadores do Projeto Correio Escola de Campinas para o clássico de Humberto Mauro.


Festival de Cinema Infantil
Quando:
de hoje ao dia 2 de outubro
Onde: no Cinemark Market Place (av. Dr. Chucri Zaidan, 920, tel. 0/xx/11/3048-7400) e no Metrô Santa Cruz (r. Domingos de Moraes, 2.564, tel. 0/xx/ 11/3471-8066)
Quanto: de R$ 5,50 a R$ 8


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