São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Mônica Bergamo

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Banco Santander

Na suíte com Botín...

Luciana Prezia
Emilio Botín, do Santander, na suíte do hotel Unique; ao fundo, à esquerda, Flavio Briatore, da Renault


"Christiane, que guapa es [que linda é você]", diz o espanhol Emilio Botín, presidente mundial do banco Santander, à atriz Christiane Torloni, beijando a sua mão. Ele está num canto da suíte presidencial do hotel Unique, perto do bar, num jantar "privé" organizado por Mario Bernardo Garnero para os amigos que chegam ao Brasil para ver o GP de Fórmula 1. Todos vêm a Botín. Ele mal se move do lugar. Copo de vinho tinto espanhol Alion na mão, um dos maiores banqueiros do mundo, que já comprou dois bancos no Brasil (Banespa e ABN Real) bebe, ri e conversa sem parar. "Naomi, que guapa es", diz ele à top, que se aproxima como um furacão contando brigas recentes que teve em Londres.

 

Botín diz que está apaixonado pelo Brasil. Afirma que o país é "fantástico", com bancos "fantásticos", empresários "fantásticos" e um presidente "fantástico". Numa situação excepcional - "ele só fala uma vez por ano, em off e em petit comité, para jornalistas de veículos como o "Financial Times" e o "New York Times'", dizia um de seus assessores - e no meio de um jantar em que a presença de repórteres era expressamente proibida, Botín bateu um papo com a coluna.
 

FOLHA - O Santander vai fazer novos investimentos no Brasil?
BOTÍN -
Nós devemos agora investir em indústria, construção, energia e transportes. O Brasil é muito importante para nós: 30% do banco Santander está aqui.

FOLHA - Vão investir em tecnologia, mídia?
BOTÍN -
Não. Em mídia, não.

FOLHA - Bancos?
BOTÍN -
Nós já estamos entre os maiores do Brasil.

FOLHA - Os empresários brasileiros estão com medo dos espanhóis, que chegam comprando tudo e com uma política agressiva de preços.
BOTÍN -
O Brasil é um país fantástico, com bancos fantásticos, empresários fantásticos. E teve o privilégio de contar com dois presidentes fantásticos: Fernando Henrique Cardoso e Lula, que é uma figura sensacional. Eu o conheci em 2002, num escritório em SP. Era Lula, uma mesa e nada mais. E o [Antônio] Palocci já estava lá! O Brasil é incrível. Conversei ainda hoje por telefone com o Miguel Jorge [ministro do Desenvolvimento] que estava no avião do Lula, vindo de Angola para cá. O mundo ainda não descobriu o Brasil.

FOLHA - Só a Espanha.
BOTÍN -
Nem mesmo a Espanha, com exceções como a Telefônica, o Santander e alguns outros. Nós vamos privilegiar [com financiamento] no Brasil as empresas com faturamento de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões, para reproduzir aqui o processo de desenvolvimento da Espanha.

FOLHA - O presidente do Real, Fábio Barbosa, permanece no cargo?
BOTÍN -
Sim. Vamos funcionar com dois bancos e duas estruturas, o Real e o Santander.

[O empresário Mario Garnero, ao lado de Botín, observa que Barbosa é tido como sucessor de Henrique Meirelles no Banco Central se o atual presidente deixar o cargo para "vôos eleitorais"].
BOTÍN -
Eu espero que isso não aconteça. Eu espero que ele fique conosco. Ele fez um trabalho muito bom no banco.

.. e na maratona do GP

João Sal/Folha Imagem
A top Naomi Campbell, que teve agenda concorrida no final de semana do GP, vai ao heliponto de Interlagos, depois de assistir à corrida


No jantar da suíte presidencial do hotel Unique, Naomi Campbell revelou aos empresários que deve viajar em breve à Venezuela para... entrevistar o presidente Hugo Chávez! É isso mesmo. Onde a incrível conversa será veiculada ainda não se sabe. "I hate Bush" "[Eu odeio o Bush"], disse também a top aos empresários.

 

Depois do jantar "privé", todos vão para a festa que Mario Bernardo organizou para 300 convidados, no próprio hotel, regada a champagne Moët & Chandon Magnum e uísque Black Label. Entre celebridades como Mariana Weickert, Letícia Birkheuer, Álvaro Garnero e Ellen Jabour, Carlos Slim Domit, filho do mexicano Carlos Slim, foi a estrela maior: além da, digamos, qualificação de "um dos homens mais ricos do mundo", ele foi festejado como o mais charmoso da noite.
 

No dia seguinte, todos estavam a postos em Interlagos para ver a corrida. "Oooooi, governador, tudo bem?", disse a miss Brasil Nathália Guimarães ao encontrar José Serra -que, protetor no ouvido, só faz que "sim" com a cabeça, sem entender nada. "Não falo sobre isso. A imprensa inventa", dizia ela sobre o suposto romance com o governador Aécio Neves, de MG.
 

No fim da corrida, Rubens Barrichello espera o helicóptero. Sobre a prova, diz: "Bom... deixa eu pensar... o que eu vou te dizer... Não gostei, né?" Nem do segundo lugar do Brasil? "Nessas horas tem que ser egoísta, não dá para ficar feliz".

com AUDREY FURLANETO, DIÓGENES CAMPANHA e DÉBORA BERGAMASCO

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