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Crítica/"De Volta à Normandia"
Philibert usa experiência pessoal em documentário
CRÍTICO DA FOLHA
Transformado em celebridade no universo do
documentário com o
êxito (e depois a batalha jurídica movida pelo professor que
protagonizou o filme) de "Ser e
Ter" (2002), o cineasta francês
Nicolas Philibert faz em "De
Volta à Normandia", que tem
sua última sessão na Mostra
hoje, percurso semelhante ao
de Eduardo Coutinho em "Cabra Marcado para Morrer"
(1984), resguardadas as diferenças de contexto político.
Seu mergulho no passado de
um longa-metragem do qual
participou como assistente de
direção tem o objetivo de, à luz
do tempo, entender tudo um
pouco melhor -o filme original
de 1976 (de René Allio, sobre
um jovem camponês, Pierre Rivière, que matou parte da família), a história verídica na qual
se baseou (recuperada em estudo célebre de Michel Foucault),
o cenário social, os atores amadores que trabalharam nele e a
importância da experiência em
suas vidas.
Segredo
Personagem do episódio que
agora procura reconstituir,
Philibert é o documentarista
participante que, a exemplo do
João Moreira Salles de "Santiago", guarda um segredo pessoal
sobre o que lá no fundo o moveu em direção a essa empreitada bem característica dos
procedimentos do documentário hoje, com a transparência
dos métodos e a entrega do
tempo ao uso que fazem dele os
entrevistados.
(SR)
DE VOLTA À NORMANDIA
Direção: Nicolas Philibert
Produção: França, 2007
Quando: hoje, às 18h50, na Cinemateca - sala Petrobras
Avaliação: bom
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