São Paulo, terça-feira, 23 de outubro de 2007

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Crítica/"De Volta à Normandia"

Philibert usa experiência pessoal em documentário

CRÍTICO DA FOLHA

Transformado em celebridade no universo do documentário com o êxito (e depois a batalha jurídica movida pelo professor que protagonizou o filme) de "Ser e Ter" (2002), o cineasta francês Nicolas Philibert faz em "De Volta à Normandia", que tem sua última sessão na Mostra hoje, percurso semelhante ao de Eduardo Coutinho em "Cabra Marcado para Morrer" (1984), resguardadas as diferenças de contexto político.
Seu mergulho no passado de um longa-metragem do qual participou como assistente de direção tem o objetivo de, à luz do tempo, entender tudo um pouco melhor -o filme original de 1976 (de René Allio, sobre um jovem camponês, Pierre Rivière, que matou parte da família), a história verídica na qual se baseou (recuperada em estudo célebre de Michel Foucault), o cenário social, os atores amadores que trabalharam nele e a importância da experiência em suas vidas.

Segredo
Personagem do episódio que agora procura reconstituir, Philibert é o documentarista participante que, a exemplo do João Moreira Salles de "Santiago", guarda um segredo pessoal sobre o que lá no fundo o moveu em direção a essa empreitada bem característica dos procedimentos do documentário hoje, com a transparência dos métodos e a entrega do tempo ao uso que fazem dele os entrevistados. (SR)

DE VOLTA À NORMANDIA
Direção:
Nicolas Philibert
Produção: França, 2007
Quando: hoje, às 18h50, na Cinemateca - sala Petrobras
Avaliação: bom


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