DE BUENOS AIRES

Quando fala sobre Penélope Cruz, Pedro Almodóvar despeja uma cachoeira de palavras. "O tipo de atriz que ela é me interessa muito. Nada técnica, embora tenha sua técnica particular. É completamente visceral, tem necessidade de sentir o que atua. Apesar de interpretar mulheres fortes, tem uma fragilidade que resulta numa combinação interessantíssima. E fotografa maravilhosamente bem."
Musa mais recente do cineasta, Penélope diz que, a cada vez que começa a rodar um filme, sente-se insegura a ponto de temer "ser mandada embora na primeira semana".
Com Almodóvar, diz, a angústia é ainda maior. "Porque somos amigos, porque ele continua me dando esses papéis maravilhosos e porque não quero decepcioná-lo."
Indicada ao Oscar por "Volver", de Almodóvar, Penélope acabou ganhando o prêmio com um filme de Woody Allen, "Vicky Cristina Barcelona".
Em "Abraços Partidos", Penélope vive uma atriz, cuja história roça um aspecto do cinema que diverte Almodóvar -a inspiração que as musas provocam nos diretores. "Foi assim com Bergman e quase todas as suas mulheres; Cassavetes e Gena Rowlands, Woody Allen e suas mulheres e Martin Scorsese e De Niro." (SA)


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