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CRÍTICA DRAMA
Sofia Coppola equilibra crítica e delicadeza em novo filme
ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO
O estilo da cineasta Sofia
Coppola, delicado sem ser
afetado, irônico sem ser mordaz, reaparece em perfeita
harmonia em "Um Lugar
Qualquer", premiado com o
Leão de Ouro no Festival de
Veneza deste ano.
Coppola, que ganhara um
Oscar pelo roteiro de "Encontros e Desencontros" (2003),
faz um retrato do mundo do
show business e da vida que
gira no vazio.
O filme se passa no hotel
Chateau Marmont, em Los
Angeles, lendário por abrigar
estrelas que, não raro, acabam levando ali mesmo sua
vida "cheia de som e fúria,
significando nada".
O personagem que a cineasta ali instala é o ator
Johnny Marco (Stephen
Dorff), que nos é apresentado
deitado na cama, assistindo
a um show erótico ao vivo.
Mas tão insossa é a apresentação que ele próprio dorme
na frente das moças.
FILHAS DA FAMA
Marco que, claro, tem uma
Ferrari e bebe uísque como se
no copo houvesse água, é a
personificação de uma decadência em estilo "cool" que,
nas revistas de celebridades,
surge travestida de glamour.
Mas algo contaminará a vida superficial de Marco. Coppola, ela própria filha de um
homem da indústria do cinema (Francis Ford Coppola, de
"O Poderoso Chefão"), transforma a chegada da filha de
Marco, uma menina de 11
anos (Elle Fanning, absolutamente irresistível no papel), no ponto de virada desse roteiro marcado pela economia de palavras e acontecimentos.
Sofia Coppola, que já visitou a vida palaciana de "Maria Antonieta" (2006) fez,
desta fez, um filme minimalista - na forma, nos recursos e até nas mensagens. Ela
só não é sutil nos momentos
em que escancara o ridículo
do mundo do estrelato.
Seu tom geral é, porém, o
de uma doce melancolia.
UM LUGAR QUALQUER
DIREÇÃO Sofia Coppola
QUANDO hoje, às 22h, no Belas
Artes; amanhã, às 19h30, no
Cinema Sabesp; segunda (25), às
22h10, no Espaço Unibanco
Pompeia; e dia 2/11, às 21h, no
Cinemark Shopping Eldorado
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO ótimo
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