São Paulo, domingo, 23 de dezembro de 2007

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Coleção Folha destaca Ornette Coleman, criador do "free jazz"

Com dissonâncias, saxofonista mudou os conceitos de improvisação no gênero

DA REPORTAGEM LOCAL

O saxofone dele foi responsável por uma das mais radicais revoluções da história do jazz e mudou definitivamente a maneira de se improvisar. O texano Ornette Coleman, 77, é o tema do volume 15 da Coleção Folha Clássicos do Jazz, no próximo domingo.
Improvisar é algo que sempre fez parte da essência do jazz. Porém, até Coleman, essa prática seguia muito o esquema que se tornou conhecido como "tema e variações". Ou seja, os improvisos sempre eram feitos levando em conta a melodia, a harmonia e o ritmo de um determinado tema.
Na virada da década de 1950 para 1960, Coleman resolveu sacudir isso. As improvisações, agora, não mais obedeciam a padrões melódicos, harmônicos ou rítmicos predeterminados. Aparentemente, tudo podia acontecer. Instinto e reflexo desempenhavam um papel ainda mais importante nos solos; a improvisação ganhava caráter coletivo; e a dissonância se fazia cada vez mais constante. Era o "free jazz" (jazz livre).
Moldado em um álbum de 1959, de título imodesto, "The Shape of Jazz to Come", (A forma do jazz do futuro), o "free jazz" foi a tendência mais marcante, mas não a única seguida por esse texano de Fort Worth, que começou a aprender saxofone aos 14 anos, estudando, como autodidata, a partir de um método de ensino de piano.
Dono de uma sonoridade "atávica", cujas raízes mais profundas parecem residir no blues, tocou com instrumentos elétricos, se apresentou ao violino e ao trompete e chegou a flertar com o pop, tendo participado de álbuns como "Yoko Ono & Plastic Ono Band" (com John Lennon e Ringo Starr) e "The Raven", de Lou Reed.


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