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Coleção Folha destaca Ornette Coleman, criador do "free jazz"
Com dissonâncias, saxofonista mudou os conceitos de improvisação no gênero
DA REPORTAGEM LOCAL
O saxofone dele foi responsável por uma das mais radicais
revoluções da história do jazz e
mudou definitivamente a maneira de se improvisar. O texano Ornette Coleman, 77, é o tema do volume 15 da Coleção
Folha Clássicos do Jazz, no
próximo domingo.
Improvisar é algo que sempre fez parte da essência do
jazz. Porém, até Coleman, essa
prática seguia muito o esquema
que se tornou conhecido como
"tema e variações". Ou seja, os
improvisos sempre eram feitos
levando em conta a melodia, a
harmonia e o ritmo de um determinado tema.
Na virada da década de 1950
para 1960, Coleman resolveu
sacudir isso. As improvisações,
agora, não mais obedeciam a
padrões melódicos, harmônicos ou rítmicos predeterminados. Aparentemente, tudo podia acontecer. Instinto e reflexo desempenhavam um papel
ainda mais importante nos solos; a improvisação ganhava caráter coletivo; e a dissonância
se fazia cada vez mais constante. Era o "free jazz" (jazz livre).
Moldado em um álbum de
1959, de título imodesto, "The
Shape of Jazz to Come", (A forma do jazz do futuro), o "free
jazz" foi a tendência mais marcante, mas não a única seguida
por esse texano de Fort Worth,
que começou a aprender saxofone aos 14 anos, estudando,
como autodidata, a partir de
um método de ensino de piano.
Dono de uma sonoridade
"atávica", cujas raízes mais profundas parecem residir no
blues, tocou com instrumentos
elétricos, se apresentou ao violino e ao trompete e chegou a
flertar com o pop, tendo participado de álbuns como "Yoko
Ono & Plastic Ono Band" (com
John Lennon e Ringo Starr) e
"The Raven", de Lou Reed.
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