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Veleiro faz "antidescobrimento" no MS
da Agência Folha, em Campo Grande
O veleiro Kaiowá partiu anteontem de Corumbá, no Pantanal
sul-mato-grossense, com destino
a Porto Seguro (BA). A viagem,
cujo trajeto será o contrário do
percorrido pelos colonizadores
do oeste brasileiro, no século 16,
faz parte das comemorações dos
500 anos do Descobrimento do
Brasil.
Seus dois tripulantes, o produtor de vídeo Valdeck Ferreira de
Souza e a bióloga Lúcia Regina
Martins, vão descer o rio Paraguai
até o rio da Prata, passando por
Assunção (Paraguai), Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu
(Uruguai).
A primeira parada em território
brasileiro, no oceano Atlântico,
será em Rio Grande (RS). Florianópolis (SC), São Vicente (SP),
Rio de Janeiro e Vitória (ES) são
outras cidades que estão no itinerário. A chegada a Porto Seguro
está prevista para o dia 18 de abril.
Ao longo da viagem, Souza e
Lúcia estarão conectados à Internet, enviando e recebendo mensagens (kaiowa@projetokaiowa.org.br) e alimentando com informações e fotos o diário de bordo do site www.projetokaiowa.org.br.
O nome do veleiro, que tem nove metros de comprimento, é
uma homenagem aos índios kaiowás, que vivem em Mato Grosso
do Sul. Eles são 36 mil no Estado e
compõem hoje a etnia com maior
população indígena do país, segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio).
Os integrantes da expedição,
oficializada pela Comissão Estadual para as Comemorações do 5º
Centenário do Descobrimento do
Brasil, farão pesquisas da fauna e
flora do trecho percorrido. Além
disso, produzirão um documentário em vídeo, mostrando as
condições de vida de moradores
ribeirinhos.
Eles querem montar um banco
de dados com informações do
ecossistema de cada região visitada, tentando detectar o impacto
ambiental causado pelo tráfego
de cargas nos rios e pelas atividades pesqueiras.
Com dois anos de experiência
em navegação, Souza, dono do
veleiro, conseguiu patrocínio de
R$ 150 mil com empresas privadas por meio da Lei Estadual de
Incentivo à Cultura.
(ROBERTO SAMORA)
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