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ARTES PLÁSTICAS
Obra, que está pronta desde 1995, ainda não havia sido instalada por falta de patrocinadores
Museu naïf ganha quadro de 25 metros
MARCELO BERABA
Diretor da Sucursal do Rio
A Prefeitura do Rio decidiu patrocinar a instalação do quadro
"Brasil, Cinco Séculos de Luta",
da pintora Aparecida Azedo, no
Museu Internacional de Arte Naïf
(Mian), no Rio. A tela, com 24,7 m
de extensão por 1,42 m de altura, é
o maior quadro naïf do mundo e
foi pintada ao longo de cinco
anos.
O quadro estará exposto no
museu a partir de 4 de maio. Ele já
estava pronto desde 1995, mas
ainda não havia sido instalado
por falta de patrocinadores. A
Prefeitura do Rio incluiu a exposição no seu calendário oficial de
comemoração dos 500 anos do
Descobrimento.
Além da ajuda da Secretaria
Municipal de Cultura para a instalação e para o vernissage, a mostra terá, no segundo semestre,
apoio da Secretaria Estadual de
Cultura, que se comprometeu na
produção de um CD-ROM, de
um livro e de um sistema audiovisual sobre a obra de Aparecida
Azedo.
História do Brasil
O quadro conta a história do
Brasil numa sequência de 19 cenas que intercalam episódios históricos, como a Descoberta
(1500), a Inconfidência Mineira
(1789), a Independência (1822), a
fundação de Brasília (1960), e representações dos ciclos econômicos, como os do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do ouro e do café.
Naïf é palavra francesa (pronuncia-se na-if) recém-incorporada ao português pelo dicionário
"Novo Aurélio Século 21" com o
significado de arte primitiva e popular.
Aparecida Azedo, 71, tem seis filhos, 15 netos e um bisneto. Nasceu em Brodowsky (SP), foi bóia-fria e entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em
1946, com 16 anos.
Ela começou a pintar com regularidade a partir de 1968, orientada inicialmente por Ivan Serpa
(1923-1973), que mantinha um
curso livre de pintura no Museu
de Arte Moderna (MAM) do Rio
de Janeiro.
Azedo fez sua primeira exposição em 1973. Em 1994, foi premiada na Trienal de Arte Naïf de Bratislava, República Eslovaca, com
uma paisagem, "Floresta Amazônica". Até a produção de "Brasil,
Cinco Séculos de Luta", a pintora
era mais conhecida no mundo
naïf pelas paisagens.
A enorme tela será instalada em
uma parede de 25 metros de comprimento no salão principal do
Museu Naïf, no bairro de Cosme
Velho (zona sul).
O museu funciona num antigo
casarão tombado que já serviu de
ateliê para o pintor Eliseu Visconti (1867-1944). Tem um acervo de
quase 10 mil quadros de artistas
naïfs de 130 países, o que o torna o
maior do mundo.
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