São Paulo, segunda-feira, 24 de abril de 2000


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ARTES PLÁSTICAS
Obra, que está pronta desde 1995, ainda não havia sido instalada por falta de patrocinadores
Museu naïf ganha quadro de 25 metros

MARCELO BERABA
Diretor da Sucursal do Rio

A Prefeitura do Rio decidiu patrocinar a instalação do quadro "Brasil, Cinco Séculos de Luta", da pintora Aparecida Azedo, no Museu Internacional de Arte Naïf (Mian), no Rio. A tela, com 24,7 m de extensão por 1,42 m de altura, é o maior quadro naïf do mundo e foi pintada ao longo de cinco anos.
O quadro estará exposto no museu a partir de 4 de maio. Ele já estava pronto desde 1995, mas ainda não havia sido instalado por falta de patrocinadores. A Prefeitura do Rio incluiu a exposição no seu calendário oficial de comemoração dos 500 anos do Descobrimento.
Além da ajuda da Secretaria Municipal de Cultura para a instalação e para o vernissage, a mostra terá, no segundo semestre, apoio da Secretaria Estadual de Cultura, que se comprometeu na produção de um CD-ROM, de um livro e de um sistema audiovisual sobre a obra de Aparecida Azedo.

História do Brasil
O quadro conta a história do Brasil numa sequência de 19 cenas que intercalam episódios históricos, como a Descoberta (1500), a Inconfidência Mineira (1789), a Independência (1822), a fundação de Brasília (1960), e representações dos ciclos econômicos, como os do pau-brasil, da cana-de-açúcar, do ouro e do café.
Naïf é palavra francesa (pronuncia-se na-if) recém-incorporada ao português pelo dicionário "Novo Aurélio Século 21" com o significado de arte primitiva e popular.
Aparecida Azedo, 71, tem seis filhos, 15 netos e um bisneto. Nasceu em Brodowsky (SP), foi bóia-fria e entrou para o Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1946, com 16 anos.
Ela começou a pintar com regularidade a partir de 1968, orientada inicialmente por Ivan Serpa (1923-1973), que mantinha um curso livre de pintura no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro.
Azedo fez sua primeira exposição em 1973. Em 1994, foi premiada na Trienal de Arte Naïf de Bratislava, República Eslovaca, com uma paisagem, "Floresta Amazônica". Até a produção de "Brasil, Cinco Séculos de Luta", a pintora era mais conhecida no mundo naïf pelas paisagens.
A enorme tela será instalada em uma parede de 25 metros de comprimento no salão principal do Museu Naïf, no bairro de Cosme Velho (zona sul).
O museu funciona num antigo casarão tombado que já serviu de ateliê para o pintor Eliseu Visconti (1867-1944). Tem um acervo de quase 10 mil quadros de artistas naïfs de 130 países, o que o torna o maior do mundo.


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