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Filme discute o papel do jornalismo hoje
Longa americano estreia no Brasil em 12 de junho
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
De quando em quando, o cinema norte-americano produz
um filme importante sobre jornalismo. Para ficar em apenas
dois exemplos, os anos 70 tiveram "Todos os Homens do Presidente", de Alan Pakula, em
que Robert Redford e Dustin
Hoffman reencenavam a apuração do escândalo de Watergate. Duas décadas depois, era a
vez de Ron Howard mostrar o
pulso de um tabloide nova-iorquino em "O Jornal".
Agora, chega às telas dos
EUA "State of Play", "o estado
das coisas", em tradução livre,
que no Brasil se chamará "Intrigas de Estado" e tem estreia
prevista para 12 de junho.
É um grande filme, mais na
linha "O Dossiê Pelicano"
(1993, do mesmo Pakula), no
sentido de que a trama policial
é o fio condutor, do que de "Todos os Homens", em que a discussão política costurava a narrativa. Mas é o tema incidental
que tem chamado mais a atenção e levado jornalistas às lágrimas ao final dos 127 minutos de
exibição: a importância institucional da imprensa escrita e a
crise por que ela passa nos Estados Unidos, causada por um
modelo de negócios que se provou equivocado e alimentada
pela recessão econômica.
O argumento de "State" é de
que sem repórteres com experiência e tempo para trabalhar
numa história não há jornalismo digno do nome, e, sem esse,
o sistema de freios e contrapesos que regula os poderes perde
um componente vital.
"Novo mundo"
O filme não rejeita o "novo
mundo" dos blogs, por exemplo, apenas sugere que a nova
mídia tem a ganhar se incorporar a consistência da velha, em
vez de simplesmente a negar ou
torcer por sua extinção, como é
o caso de nove em cada dez blogueiros.
"State" faz isso ao reimaginar
para os novos tempos a parceria Carl Bernstein-Bob Woodward, agora com um jornalista
veterano (Russell Crowe) que é
obrigado a se aliar a uma jovem
blogueira (Rachel McAdams)
para investigar uma história,
que envolve um político (Ben
Affleck) e uma empresa de
mercenários que lembra a
Blackwater.
Ambos trabalham para o
mesmo jornal em crise, o fictício "Washington Globe".
No final, ganham todos, a República, Hollywood e o jornalismo.
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