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Cena do Estado vive estabilidade
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A cena de Porto Alegre sempre
se renova. Mesmo que baseada
nas inúmeras maneiras de reler o
rock pós-jovem guarda de uma
forma esquisita, ela é sempre reabastecida por novos nomes, sejam eles debutantes ou veteranos
de roupa nova.
Hoje a cidade vive ares mais respiráveis. O fantasma do experimentalismo esquizofrênico parece ter encontrado lar junto a Marcelo Birck e seus Sons Trangênicos, pólo de produção de vanguarda erudita. A esquisitice musical deu espaço ao pop mais deslavado já feito na capital sul-riograndense. Liderada pelo combo
Blitz + Rentals do Bidê ou Balde e
pelo ultrapowerpop do Vídeo
Hits, uma geração de novas bandas se cria sob o guarda-chuva do
pop radiofônico descarado.
A Tom Bloch é sua vertente
mais eletrônica, com ênfase nas
referências de trip hop. A Wonkavision é influenciada pela Bidê ou
Balde, enquanto os Irmãos Rocha! optam por uma música mais
direta. Engrossam a nova safra
nomes como Winston, Superphones, Refri, Alcalóides, Podia
Ser Pior -grande parte com gravações conduzidas pelo produtor
Charles "Cholly" Di Pinto.
Por outro lado, uma velha geração se reinventa. Wander Wildner lança seu terceiro disco, "Eu
Sou Feio, mas Eu Sou Bonito", pela mesma Barulhinho que abriu
espaço para a dupla hippie-budista Os The Dharma Lóvers (com
Nenung, ex-Barata Oriental) e para o trabalho solo de Frank Jorge
(que já passou pelos Cascavellettes, Graforréia e Cowboys Espirituais). Frank está preparando o
segundo disco, "Vida de Verdade", e um em parceria com o ex-Graforréia Marcelo Birck.
Dos veteranos, apenas Jupiter
Apple -que se bandeou para São
Paulo- não traz novidades. Correndo na contramão, grupos como Walverdes (alternativo) e
Space Rave (noise) seguem lançando seus trabalhos por gravadoras independentes de fora do
Rio Grande, como a Monstro (de
Goiânia) e a Ordinary (de SP).
Com rádios especializadas (Ipanema e Pop Rock), várias casas de
show (Garagem Hermética, Área
51, Teatro de Elis, Chalé Bar, Ocidente, Zelig, Opinião), uma enormidade de fanzines eletrônicos,
festas fixas, uma revista (a "Atlântida") e até um programa de TV
("Radar", apresentado por Frank
Jorge diariamente às 18h na TV
Educativa, canal 7), a cena gaúcha
vive um de seus momentos de
maior estabilidade.
(AM)
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