UOL


São Paulo, domingo, 24 de agosto de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Oiticica foi breve no concretismo

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Foi rápida a passagem de Hélio Oiticica pelo movimento concreto. Ainda assim, o artista jamais deixou de se relacionar com Haroldo de Campos que, com Augusto de Campos e Décio Pignatari, lançou, em 1956, o plano piloto da poesia concreta, cuja repercussão se estendeu além da poesia e influenciou as artes visuais.
Logo após o breve período concreto, Oiticica iniciou seu processo de investigação espacial com os Metaesquemas (1957-58), que o levou para o movimento neoconcreto no Rio, liderado por Ferreira Gullar, que criticava o excesso de racionalismo e mecanicismo dos concretos.
No início dos 60, Oiticica rompeu com a situação bidimensional da tela e criou as monocromias e relevos espaciais, estruturas de cor soltas no espaço. Logo, iniciou um projeto de manifestações ambientais que culminaram em "Tropicália", a obra de 67, sobre a qual Oiticica e Campos conversaram em Nova York.
Em "Tropicália", o artista compõe uma situação labiríntica que estilhaça possíveis formas de representação do Brasil e convida o observador a participar de uma convivência forçada. Assim, Oiticica realizou o que Campos definiu em entrevista à Folha, em 1987, como a "organização do delírio".

Texto Anterior: Oiticica eCampos em Nova York: "Brasil é automaticamente underground"
Próximo Texto: Mônica Bergamo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.