São Paulo, sexta-feira, 24 de setembro de 2010

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OPINIÃO

Drama ineficaz e nada emocionante tem pouca chance de comover Academia

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Sabe-se, há muito tempo, que os votantes da Academia de Hollywood que têm tempo e paciência para ver todos os inscritos na categoria filme estrangeiro costumam apresentar certa queda pelas histórias edificantes e emocionantes e pelos filmes de linguagem mais clássica.
O Brasil, por sua vez, costuma orientar a comissão encarregada de eleger nosso "candidato a candidato" a escolher o filme "com mais chances" ao prêmio. Ou seja, não seria papel dos integrantes do grupo defender, necessariamente, o filme que consideram "o melhor".
Pode ser um critério discutível, mas não deixa de ser um critério. Acontece que, neste ano, o filme selecionado não parece encaixar-se em nenhuma das definições.
"Lula, o Filho do Brasil" é, em termos cinematográficos, convencional como um melodrama dos anos 30 com seu herói planificado.
A crítica, não por acaso, torceu o nariz para a direção de Fábio Barreto.
Por mais que os produtores tentassem dizer o contrário, não se tratava de simpatia ou antipatia política. Era de cinema que se falava.
A ineficácia da produção, como produto, comprovou-se nas bilheterias. O enredo previsível fez com que, no boca a boca, o filme encolhesse ao invés de crescer.
Se nem "Dois Filhos de Francisco" -esse sim, um melodrama competente e popular- comoveu os estrangeiros, é difícil imaginar que "Lula" vá quebrar o jejum brasileiro de Oscars.


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