da Reportagem Local

O curador Nelson Aguilar ainda faz segredo sobre a lista de obras e artistas que vão compor o segmento dedicado ao século 20 -aquele que mais interessa a artistas, galeristas e colecionadores do país. "Divulgaremos uma lista assim que tivermos pelo menos 70% delas confirmadas. Isso deve ocorrer nas próximas semanas", disse o curador à Folha.
Vários nomes, porém, já são conhecidos, pelo menos entre os proprietários das obras, que já receberam os pedidos de empréstimo (leia lista ao lado).
A mostra será menor que a Bienal Brasil Século 20, curada também por Aguilar, em 1994. "Essa vai ser enxuta, mais sucinta. Vamos trabalhar com sínteses. Apresentaremos as estruturas básicas que tornam possível pensar o século 20", disse.
Programado como um bloco único, o segmento acabou dividido em dois: arte moderna e contemporânea, localizados, respectivamente, nos 2º e 3º andares do Pavilhão da Bienal.
"Quando mudamos de andar é para dar conta de um outro tipo de arte, que tenta colocar o espectador dentro da obra e transformá-lo em participante. Decidimos por isso, criar outro segmento, vindo do pré-modernismo até o concretismo, que seria o da arte moderna", disse. Nesse segmento devem entrar obras de artistas como Alfredo Volpi, Mira Schendel, Sérgio Camargo, Lasar Segall e Willys de Castro, entre outros.
Em outras palavras, Aguilar está falando do período anterior à ruptura do suporte, questão já abordada na Bienal de 1994. "A arte contemporânea vai conscientizar o público de um elemento muito visível, que é a mudança do suporte", complementou.
Mesmo antes de ser divulgada, a lista já desperta críticas veladas, com as quais Aguilar se diz habituado.
"A arte brasileira não vai ficar apenas nos pavilhões do parque Ibirapuera. Todas as instituições e galerias deverão trabalhar nessa época no sentido de complementar a mostra, como acontece em todas as bienais", justificou. (CF)

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