São Paulo, sexta-feira, 25 de janeiro de 2008 |
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CONEXÃO POP Números Mercado de música digital cresce 40% em 2007, mas as vendas totais sofreram queda de 10%
THIAGO NEY Apesar de um aumento de 40% nas vendas digitais de música, o mercado fonográfico teve queda de 10% em 2007. A música digital movimentou US$ 2,9 bilhões em 2007. O mercado digital representa hoje 15% do mercado total de música. Nos EUA, 67% do mercado digital é tomado pelos downloads on-line, e 33% por celulares. No Japão, os celulares têm 91% do mercado digital. Em 2003, havia cerca de 1 milhão de canções disponíveis legalmente em cerca de 50 sites; em 2007, são 6 milhões de faixas, em mais de 500 portais de venda legal. A canção mais baixada legalmente em 2007 foi "Girlfriend", de Avril Lavigne: 7,3 milhões de downloads. A segunda foi "Flavor of Life", da japonesa Utada Hikaru, com 7,2 mi, enquanto "Umbrella", de Rihanna, vem em terceiro, com 6,6 mi. No Brasil, a fatia digital teve um aumento de 8% em relação a 2006, mas representa apenas 2% do total do mercado fonográfico. Os dados acima foram divulgados ontem pela IFPI, a Federação Internacional da Indústria Fonográfica. Em 1961, a EMI era a maior gravadora do mundo (e isso antes da chegada dos Beatles...). Naquele ano, Simon Napier-Bell, ex-empresário dos Yardbirds, negociou contrato da banda com a EMI. O contrato mostrou-se depois claramente desfavorável aos Yardbirds. Napier-Bell perguntou ao advogado da banda porque ele havia deixado o contrato ser assinado. A resposta: "Se eu dissesse aos meus clientes para não assinarem contratos injustos, eles nunca assinariam um contrato". Em maio de 2007, a EMI foi comprada pelo fundo de investimentos Terra Firma por US$ 6,5 bilhões. Na época, a gravadora arcava com dívida de US$ 1,5 bilhão. Cerca de 85% dos lançamentos da EMI não geram lucros. Em janeiro de 2008, Guy Hands, chefe da Terra Firma, anunciou os planos para reerguer a EMI. As ações: cortar mais de um terço dos 14 mil artistas da gravadora; demitir 2 mil (dos 5.500) funcionários; reduzir o valor dos adiantamentos dados aos artistas na produção dos discos; cortar gastos como R$ 80 mil destinados em 2007 à compra de velas e R$ 800 mil usados em "frutas e flores" (termos usados no meio para definir drogas e prostitutas). Uma banda (Rolling Stones) deixou a EMI em discordância com as novas ações da empresa. Pelo menos quatro artistas (Robbie Williams, The Verve, Snow Patrol e Coldplay) ameaçam deixar a gravadora. Em Bangalore, na Índia, autoridades proibiram a dança nos clubes. O público deve assistir ao DJ sentado. O Brasil sofre com a notícia de que mais um de seus filmes subsidiados, o chinfrim e sentimentalóide "O Ano em que...", foi ignorado pelo Oscar. Enquanto isso, a trilha do ótimo "Juno" pulou para a terceira posição na parada norte-americana. thiago@folhasp.com.br Texto Anterior: Música - Crítica/"Piano Music of Brazil": Monteiro interpreta brasileiros com excelência Próximo Texto: Música - Crítica/"Jukebox": Cat Power retorna aos seus estranhos covers Índice |
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