São Paulo, sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

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Diretor diz que filme é belo e duro "como a vida"

ANA PAULA SOUSA
DE SÃO PAULO

Antes de rodar seu primeiro filme, aos 43 anos, Lee Chang-dong, 57, publicou alguns romances. Como escritor, vivenciou aquilo que a velha senhora de "Poesia", na tentativa de driblar a perda da memória, vivencia diante de seu pequenino bloco: a busca da palavra exata.
Derivou também da escrita uma pergunta que, durante a feitura do roteiro, martelou na cabeça de Lee. O que nos leva a ler poesia?
"Refleti, refleti e cheguei à resposta óbvia. A poesia é nossa resposta para o que não compreendemos, é nossa forma de buscar alguma beleza quando as coisas ao nosso redor estão feias, complicadas", diz o cineasta.
Lee, que foi ministro da Cultura da Coreia do Sul, concedeu entrevista em Cannes, em maio de 2010, poucos dias antes de receber o prêmio de melhor roteiro no festival. "Se este filme der prejuízo aos investidores, nem sei se continuo filmando", afirmou então.
O prêmio em Cannes, porém, fez com que "Poesia", ao contrário de seus filmes anteriores, "Oasis" (2002) e "Secret Sunshine" (2007), conseguisse distribuição nos mais diversos países.
"Eu gosto de temas simples e de histórias complexas e espero uma certa disposição do espectador", disse, como se colocasse uma estaca a separar a arte do entretenimento. "Não acho que meus filmes possam ser vistos com seu sentido completo numa tela de computador. Outros talvez possam."
Lee afirmou ainda, durante a conversa, que a beleza, em "Poesia", é intencionalmente seguida de cenas mais difíceis, duras. "Nossas vidas são assim, não são?"


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