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São Paulo, terça-feira, 25 de março de 2003

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Conflito domina os discursos

DA REDAÇÃO

Chris Cooper, o melhor coadjuvante, foi quem quebrou o gelo. "Com tudo o que está acontecendo no mundo, desejo paz a todos nós", disse o ator de "Adaptação" no discurso de agradecimento.
Era o terceiro Oscar da noite. A partir dali, o reflexo da sombra da guerra no Iraque, sutilmente ou não, seria uma constante na premiação hollywoodiana.
Adrien Brody, de "O Pianista", foi ovacionado de pé pela platéia após conclamar: "Seja Deus ou Allah em quem você acredite, ele estará olhando por você".
"Celebrar quando há tanta tristeza e conflito no mundo é uma coisa difícil. Nossas conquistas como artistas são válidas e nós devemos comemorá-las, mas a época em que isso [o Oscar" ocorre é um pouco estranha."
Havia o pedido da Academia de que não se fizessem menções ao conflito no Iraque. A atriz Susan Sarandon entendeu o recado, mas quando foi chamada ao palco, desobedeceu a solicitação delicadamente: vestindo o broche branco representando uma pomba, fez o sinal de paz com as mãos.
Michael Moore, premiado por "Jogando Boliche por Columbine", experimentou o céu e o inferno em poucos minutos. Ao ter seu nome anunciado como melhor documentarista de longa-metragem, Moore foi aplaudido de pé.
No microfone, ele fez um discurso duro contra George W. Bush. "Tivemos uma eleição fictícia que elegeu um presidente fictício que nos manda a uma guerra por motivos fictícios. Nós somos contra a guerra, senhor Bush. Que vergonha, senhor Bush!" O barulho dos aplausos foi menos ruidoso do que as vaias recebidas.
Os discursos contra a guerra estiveram presentes nos jornais americanos. "Chicago" brilha enquanto Bagdá fica nublada", dizia o "Washington Post".


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