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Conflito domina os discursos
DA REDAÇÃO
Chris Cooper, o melhor coadjuvante, foi quem quebrou o gelo.
"Com tudo o que está acontecendo no mundo, desejo paz a todos
nós", disse o ator de "Adaptação"
no discurso de agradecimento.
Era o terceiro Oscar da noite. A
partir dali, o reflexo da sombra da
guerra no Iraque, sutilmente ou
não, seria uma constante na premiação hollywoodiana.
Adrien Brody, de "O Pianista",
foi ovacionado de pé pela platéia
após conclamar: "Seja Deus ou
Allah em quem você acredite, ele
estará olhando por você".
"Celebrar quando há tanta tristeza e conflito no mundo é uma
coisa difícil. Nossas conquistas
como artistas são válidas e nós devemos comemorá-las, mas a época em que isso [o Oscar" ocorre é
um pouco estranha."
Havia o pedido da Academia de
que não se fizessem menções ao
conflito no Iraque. A atriz Susan
Sarandon entendeu o recado, mas
quando foi chamada ao palco, desobedeceu a solicitação delicadamente: vestindo o broche branco
representando uma pomba, fez o
sinal de paz com as mãos.
Michael Moore, premiado por
"Jogando Boliche por Columbine", experimentou o céu e o inferno em poucos minutos. Ao ter seu
nome anunciado como melhor
documentarista de longa-metragem, Moore foi aplaudido de pé.
No microfone, ele fez um discurso duro contra George W.
Bush. "Tivemos uma eleição fictícia que elegeu um presidente fictício que nos manda a uma guerra
por motivos fictícios. Nós somos
contra a guerra, senhor Bush. Que
vergonha, senhor Bush!" O barulho dos aplausos foi menos ruidoso do que as vaias recebidas.
Os discursos contra a guerra estiveram presentes nos jornais
americanos. "Chicago" brilha enquanto Bagdá fica nublada", dizia
o "Washington Post".
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