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ANIMAÇÃO
"Gary, o Advorato" desanca Estados Unidos
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO
Quando certa noite Gary Andrews acordou de sonhos amorais, encontrou-se à frente de seu
luxuoso espelho metamorfoseado
num bicho monstruoso. Mas, como se trata de um advogado bem-sucedido de Wall Street, o pequeno corpo de uma barata não lhe
interessava. Andrews acordou no
corpo de um gigantesco rato.
Ao contrário do kafkiano Gregor Samsa, esse homem de refinados ternos bem-cortados seguirá
adiante tocando sua vida, dando
material para a animação "Gary, o
Advorato" ("Gary the Rat"), em
exibição no Multishow.
Surgida inicialmente como uma
série em Flash para a internet,
"Gary" pulou para a televisão em
2003, conservando traços primários. Faz parte da extensa linhagem de desenhos cômicos politicamente incorretos para adultos.
Com a voz de Kelsey Grammer
(da série "Frasier"), Gary não sabe
como e nem por que se transformou em rato. Tampouco faz esforços para tentar a voltar a ser
humano. Na verdade, a nova condição apenas explicita seu verdadeiro caráter -como advogado
vaidoso e de moral duvidosa,
sempre foi, no fundo, um rato.
Vão circular sua vida a mãe
(sempre ignorada), um chefe tirano, um vizinho que contrata um
exterminador de ratos para matá-lo e um entregador de queijo.
Em um dos primeiros episódios, Gary vai tocar em um tema
caro da sociedade americana,
quando defende uma companhia
de cigarro que está sendo processada por consumidores devido a
danos na saúde. Como é um advogado-ratazana, não pensará
duas vezes antes de satirizar os
acusadores. Em outro episódio,
terá que encontrar uma namorada de fachada para uma festa de
empresa. Entre a tradição de
Woody Allen e o escracho de
"South Park", o personagem vai
satirizar um encontro de judeus
ortodoxos, o mundo das modelos
e das galerias de arte. Sem dor de
consciência nenhuma -afinal,
ele é um rato.
Gary, o Advorato
Quando: hoje, às 21h45, no Multishow
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