São Paulo, sexta-feira, 25 de março de 2005

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ANIMAÇÃO

"Gary, o Advorato" desanca Estados Unidos

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Quando certa noite Gary Andrews acordou de sonhos amorais, encontrou-se à frente de seu luxuoso espelho metamorfoseado num bicho monstruoso. Mas, como se trata de um advogado bem-sucedido de Wall Street, o pequeno corpo de uma barata não lhe interessava. Andrews acordou no corpo de um gigantesco rato.
Ao contrário do kafkiano Gregor Samsa, esse homem de refinados ternos bem-cortados seguirá adiante tocando sua vida, dando material para a animação "Gary, o Advorato" ("Gary the Rat"), em exibição no Multishow.
Surgida inicialmente como uma série em Flash para a internet, "Gary" pulou para a televisão em 2003, conservando traços primários. Faz parte da extensa linhagem de desenhos cômicos politicamente incorretos para adultos.
Com a voz de Kelsey Grammer (da série "Frasier"), Gary não sabe como e nem por que se transformou em rato. Tampouco faz esforços para tentar a voltar a ser humano. Na verdade, a nova condição apenas explicita seu verdadeiro caráter -como advogado vaidoso e de moral duvidosa, sempre foi, no fundo, um rato.
Vão circular sua vida a mãe (sempre ignorada), um chefe tirano, um vizinho que contrata um exterminador de ratos para matá-lo e um entregador de queijo.
Em um dos primeiros episódios, Gary vai tocar em um tema caro da sociedade americana, quando defende uma companhia de cigarro que está sendo processada por consumidores devido a danos na saúde. Como é um advogado-ratazana, não pensará duas vezes antes de satirizar os acusadores. Em outro episódio, terá que encontrar uma namorada de fachada para uma festa de empresa. Entre a tradição de Woody Allen e o escracho de "South Park", o personagem vai satirizar um encontro de judeus ortodoxos, o mundo das modelos e das galerias de arte. Sem dor de consciência nenhuma -afinal, ele é um rato.


Gary, o Advorato
Quando: hoje, às 21h45, no Multishow



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