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Crítica/eletrônica
Marcelinho volta mais pop em "Social"
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
Q
uando lançou seu primeiro disco, "Tranqüilo", em 2003, o DJ e
produtor Marcelinho da Lua
surpreendeu ao mesclar diversos gêneros da MPB a bases eletrônicas incomuns.
Essa característica volta a
pontuar seu novo trabalho,
"Social", álbum em que ele
aprofunda as experimentações
e acentua o sotaque carioca que
marca sua obra -seja ela solo
ou com a banda de "new bossa"
Bossacucanova.
"Fui mais radical", define o
artista. "No primeiro CD, desenvolvi a técnica. Agora, já tínhamos isso. Fomos mais fundo na procura por melodias, na
pureza na forma de samplear."
Em "Social", explica Da Lua,
prevaleceram influências de
sonoridades dos anos 70, que
ele tentou reproduzir mesclando timbres "orgânicos" e eletrônicos, em estilos como rap,
reggae, samba, ska, black music
e até um "baião drum'n'bass", a
faixa "Baião no Morro".
Essa intenção deixou o trabalho bem pop, a começar pela
faixa de abertura, a simpática
"Papo de Ya Ya", com inspirada
interpretação das cantoras
Amora Pêra e Fernanda Gonzaga, do grupo Chicas.
O produtor também contou
com os vocais de Martinho da
Vila e BNegão, que interpretam, respectivamente, o samba
"Plim-Plim" e o rap "Fundamental", além de instrumentistas importantes como o pianista João Donato, o baixista Bi
Ribeiro e o baterista João Barone, ambos do Paralamas do Sucesso, e os trombonistas Marlon Sette e Bidú Cordeiro.
Esses e outros convidados
uniram-se a Marcelinho da Lua
para também prestar um tributo ao Rio de Janeiro, mais especificamente às favelas cariocas.
"Minhas inspirações foram a
indignação com o desequilíbrio
da sociedade [por isso, "Social']
e a admiração e o agradecimento por tudo o que aprendi com a
cultura da favela", afirma o DJ.
Essa cultura, segundo ele, se reflete tanto na música quanto na
maneira sem "hipocrisia" de viver: "Eles fazem da vida a melhor coisa que existe."
SOCIAL
Artista: Marcelinho da Lua
Lançamento: Deck Disc
Quanto: R$ 24,90
Avaliação: bom
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