São Paulo, sexta-feira, 25 de junho de 2004

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Bilheteria contraria onda documental

DA REPORTAGEM LOCAL

A estréia simultânea hoje de "Justiça" (Maria Augusta Ramos) e "Pelé Eterno" (Anibal Massaini) exemplifica a crescente produção de documentários no Brasil.
Com esses dois títulos, chega a nove o número de lançamentos nacionais do gênero, num total de 22 estréias. Mas a estréia nos cinemas não tem sido sinônimo de bilheteria. O lançamento mais visto até aqui é "O Prisioneiro da Grade de Ferro" (Paulo Sacramento), em torno de 25 mil espectadores.
"É frustrante que a gente tenha uma produção tão boa nesse momento e que as pessoas não estejam vendo", diz Sacramento, que esperava público maior para seu filme sobre o cotidiano do Carandiru, multipremiado nacional e internacionalmente.
Outros exemplos são o de "Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil", de Silvio Tendler, que acumulou 11,7 mil espectadores em 14 semanas de exibição, e "Fala Tu", de Guilherme Coelho, que foi visto por 8,1 mil pessoas, depois de oito semanas em cartaz, segundo dados do boletim especializado Filme B.
Sacramento não sabe apontar uma razão exata para a baixa freqüência do público, mas diz que há idéias equivocadas a respeito do consumo de documentários, como a de que seria "um gênero elevado, destinado a intelectuais". O melhor resultado de seu filme foi obtido numa sala popular no centro de São Paulo, que registrou sozinha 7.000 espectadores.
Com o caso raro de ter um personagem "mais conhecido que o país", como observa o distribuidor Jorge Peregrino, da UIP, "Pelé Eterno" estréia desafiando os baixos números, com um total de 150 cópias, mesma cifra do lançamento de "Cazuza".


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