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Bilheteria contraria onda documental
DA REPORTAGEM LOCAL
A estréia simultânea hoje
de "Justiça" (Maria Augusta
Ramos) e "Pelé Eterno"
(Anibal Massaini) exemplifica a crescente produção de
documentários no Brasil.
Com esses dois títulos,
chega a nove o número de
lançamentos nacionais do
gênero, num total de 22 estréias. Mas a estréia nos cinemas não tem sido sinônimo
de bilheteria. O lançamento
mais visto até aqui é "O Prisioneiro da Grade de Ferro"
(Paulo Sacramento), em torno de 25 mil espectadores.
"É frustrante que a gente
tenha uma produção tão boa
nesse momento e que as pessoas não estejam vendo", diz
Sacramento, que esperava
público maior para seu filme
sobre o cotidiano do Carandiru, multipremiado nacional e internacionalmente.
Outros exemplos são o de
"Glauber, o Filme - Labirinto do Brasil", de Silvio Tendler, que acumulou 11,7 mil
espectadores em 14 semanas
de exibição, e "Fala Tu", de
Guilherme Coelho, que foi
visto por 8,1 mil pessoas, depois de oito semanas em cartaz, segundo dados do boletim especializado Filme B.
Sacramento não sabe
apontar uma razão exata para a baixa freqüência do público, mas diz que há idéias
equivocadas a respeito do
consumo de documentários,
como a de que seria "um gênero elevado, destinado a intelectuais". O melhor resultado de seu filme foi obtido
numa sala popular no centro
de São Paulo, que registrou
sozinha 7.000 espectadores.
Com o caso raro de ter um
personagem "mais conhecido que o país", como observa o distribuidor Jorge Peregrino, da UIP, "Pelé Eterno"
estréia desafiando os baixos
números, com um total de
150 cópias, mesma cifra do
lançamento de "Cazuza".
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