São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2000


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ANÁLISE
Por trás da transformação do teatro em fundação, esconde-se um problema político

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há certa racionalidade na transformação, em fundação de direito público, do Teatro Municipal de São Paulo, que com isso ganharia uma mobilidade de gestão com reflexos na qualidade de sua produção artística.
Mas há por detrás da transformação um problema político: quem assumirá o controle do teatro? E até que ponto os administradores da fundação se curvarão às diretrizes culturais do novo prefeito, a partir de janeiro?
O Municipal tem o peso de uma repartição pública. Os corpos estáveis (instrumentistas, cantores, bailarinos) não podem ser tratados da mesma forma que escriturários, embora caiam com frequência na tentação de também reagir por critérios corporativos.
Qualquer mexida de estatuto chacoalhará esse conjunto de interesses contraditórios. A rigor, é difícil encontrar um ângulo desinteressado a partir do qual o problema se torne mais nítido.
Há, por certo, o interesse público, que consiste em exigir mais espetáculos e todos de melhor qualidade. Vejamos a produção lírica, por exemplo. O teatro chegou a exibir há dez anos uma temporada de sete espetáculos. Programou este ano só três, todos produzidos por agentes externos (Patronos, teatro Alfa).
E a Sinfônica Municipal está em crise, sem recursos para contratar solistas que reciclem seus naipes. Seus concertos caíram de periodicidade e têm um público mais reduzido.
É triste e complicado, muito complicado.


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