São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 2000


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MÚSICA
Evento criado em 71, na Inglaterra, apresenta cerca de 135 atrações, entre bandas de sucesso e novas promessas
Reading Festival caça novidades do rock

LÚCIO RIBEIRO
ENVIADO ESPECIAL A READING

Evento de música onde o rock não é mero coadjuvante, acontece de hoje a domingo a edição 2000 do tradicional Reading Festival, talvez a principal reunião de público jovem, guitarras e toca-discos do planeta.
O festival é realizado em uma fazenda na cidadezinha de Reading, oeste de Londres, Inglaterra. Além de ser sede de um dos principais festivais de verão da Europa, a cidade é famosa por sua atmosfera universitária e por servir de moradia para uma das mais perigosas facções dos hooligans.
O Reading Festival 2000 vai espalhar, por quatro palcos, cerca de 135 atrações dos mais variados estilos musicais: britpop, hard rock, eletrônica, hip hop, indie, noise, punk. Da mais nova promessa ao sucesso absoluto.
Os grandes nomes do festival se dividem nos três dias. Hoje, na primeira parte da maratona de 11 horas de barulhos diários ininterruptos, há uma noite pop de gala. Sobem ao palco principal, pela ordem, Foo Fighters, Primal Scream e Oasis. Os três supergrupos em um dia que ainda terá a revelação inglesa Doves, o velho e bom Boss Hog (banda do impagável Jon Spencer) e o rock étnico do Asian Dub Foundation, a banda mais próxima do século 21.
Amanhã, sábado, o dia termina com Beck e o retorno dos queridinhos brit Pulp.
Fecham a noite do domingo os amados locais Placebo, de Londres, e Stereophonics, do País de Gales. Isso se o palco se mantiver em pé depois da passagem barulhenta do teen Blink 182, Rage Against the Machine e da banda de palhaços trash Slipknot. Para o domingo, os ingressos estão esgotados há dois meses.
Mas o mais divertido em um festival do porte do Reading é caçar os novos nomes que podem estourar em breve, em prestígio e vendas. Espalhados pelos quatro palcos, chamam a atenção as apresentações dos texanos do And You Know Us by the Trail of Dead, Cay, Crashland, Grandaddy, Clinic, Cotton Mather, JJ72 e muitos outros.
Em resumo, se alguma banda de ponta não está na edição deste ano do Reading, ou ela tocou no ano passado, ou vai tocar no próximo, ou então não importa para o rock desta época.
Paralelo ao Reading, a cidade de Leeds recebe o mesmo formato de festival, só que com alternância de atrações e com um dia de diferença entre os eventos. No Leeds, o festival vai de sábado a segunda. A trinca Oasis, Primal Scream e Foo Fighters, que fecha a primeira noite no Reading, encerra o festival de Leeds, na segunda.
A junção de Leeds à tradição do Reading se deu graças ao patrocínio da cerveja Carling, que chama essa união de Carling Weekend, o fim-de-semana prolongado pelo feriado bancário do Reino Unido, que marca o final do verão.
Estima-se que o Reading reúna, em seus três dias, cerca de 240 mil pessoas, o que deve gerar o consumo estimado de 150 mil litros de cerveja, 100 mil hambúrgueres e 50 mil donuts, números bizarros, sempre divulgados pela organização do festival.
O Reading monta uma verdadeira cidade para abrigar a multidão roqueira. No local do evento, além dos quatro palcos, há uma grande tenda para comediantes, inúmeras barracas de comida, quatro tendas enormes de bebida, várias lojinhas de roupas, discos, locais para tatuagem e um palco para um karaokê indie dos mais frequentados e divertidos.
O festival, que acontece desde 1971, foi mudando sua tendência, acompanhando o rumo do rock através dos tempos. Nos anos 70, compareciam grupos de hard rock e progressivo; no final da década, foi se rendendo ao punk; em 1991, fez explodir a cena grunge; e chega a este final de século com o foco na "novidade".


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