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Com humor, filme fala sobre punk e kebab
Realizado em 1977, "Punk Kebab" é atração do Festival de Curtas
"Falso documentário" bem-humorado é um dos destaques da programação do evento, que traz ainda filme sobre Pixinguinha
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
O kebab não é comida britânica. O sanduíche, feito normalmente com carne de carneiro ou de porco, nasceu no
Oriente Médio, mas foi adotado
pelos ingleses e hoje é achado
em qualquer biboca londrina.
O punk não é música britânica. Por mais que os ingleses
tentem tomar para si a paternidade do movimento, ele nasceu
de fato nos EUA. Mas o punk só
foi o que foi porque encontrou
gente como Malcolm McLaren
e Johnny Rotten (e os tablóides
conservadores britânicos...).
É com essa influência do
punk e do kebab no modo de vida britânico que brinca "Punk
Kebab", dirigido por Pedro Rojas, que é exibido no Festival de
Curtas de SP (veja destaques no
quadro ao lado).
O "falso documentário" foi
realizado em 1977 e traz, embalado por bela trilha sonora, a
historieta de um grupo de jovens ingleses que passeiam pela cidade com um carneiro. O
carneiro, aí, vira um kebab...
A música está presente em
outros curtas do festival. Em
"Handmade", por exemplo, o
ambiente onírico da história de
amor entre dois jovens dialoga
com desenvoltura, com a trilha
composta por Mauricio Takara,
Paulo Beto e Zeroum.
Em 1954, durante as comemorações do 4º Centenário da
Cidade de São Paulo, Pixinguinha (1897-1973) apresentou-se
com banda no Ibirapuera.
O fotógrafo Thomaz Farkas
registrou o show em filme. O
filme ficou guardado por mais
de 50 anos. Até que, há pouco
tempo, Farkas recuperou o rolo. Ele conseguiu encontrar o
áudio original e, assim, montou
"Pixinguinha e a Velha Guarda
do Samba". "Botei o tripé no
chão, a câmera em cima e comecei a rodar. E vi a coisa mais
sensacional da música brasileira", ele conta, no filme.
O festival de curtas-metragens apresenta ainda "Pra Todo Mundo Ouvir", com fãs de
Raul Seixas, e "Jongo, Dança da
Alma", que mostra um grupo de
jongueiros no Rio de Janeiro.
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