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ARTES PLÁSTICAS
Artista paulista celebraria 50 anos de carreira em 2003
Thomaz Ianelli morre em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu ontem pela manhã, em
São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor
há cerca de 20 dias, motivado por
um infarto, Ianelli foi operado no
último dia 13 para realizar uma
ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do
também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado
no Cemitério da Vila Mariana,
onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um
mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial
da América Latina e curador da
Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os
50 anos de carreira do artista, que
seriam comemorados em 2003.
Segundo Cortez, "Ianelli esperava
montar no próximo ano uma
grande retrospectiva de sua obra,
e o documentário seria feito para
esse evento". Em 1993, Cortez já
havia realizado o vídeo sobre o
pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli
era um artista que não gostava de
vender, tinha mais de 300 obras
em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de
uma Internação Forçada". Eram
nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São
Paulo, em 1932. Pintor, gravador e
desenhista, o artista foi integrante
do Grupo Guanabara, criado em
1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos
cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em
1987. Em 1988, ele acompanha a
equipe de produção do filme
"Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina (1987), Chile
(1989) e Estados Unidos (1990).
Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em
Lisboa, Portugal. Para o crítico
Olívio Tavares de Araújo, Ianelli
era próximo de Volpi. "Na década
de 70, podemos vê-lo obter um
ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi."
(FCy)
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