São Paulo, terça-feira, 25 de setembro de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

Artista paulista celebraria 50 anos de carreira em 2003

Thomaz Ianelli morre em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu ontem pela manhã, em São Paulo, o artista plástico Thomaz Ianelli. Internado no Incor há cerca de 20 dias, motivado por um infarto, Ianelli foi operado no último dia 13 para realizar uma ponte de safena e morreu por embolia pulmonar. Ianelli é irmão do também artista plástico Arcangelo Ianelli.
O velório está sendo realizado no Cemitério da Vila Mariana, onde deve acontecer o enterro hoje -sem horário previsto até o fechamento desta edição.
"O país perde um de seus grandes artistas e dos poucos brasileiros a ter um veio lírico; ele era um mestre da cor, um pintor extraordinário", disse ontem Fábio Magalhães, presidente do Memorial da América Latina e curador da Bienal do Mercosul.
O documentarista Carlos Cortez preparava um filme sobre os 50 anos de carreira do artista, que seriam comemorados em 2003. Segundo Cortez, "Ianelli esperava montar no próximo ano uma grande retrospectiva de sua obra, e o documentário seria feito para esse evento". Em 1993, Cortez já havia realizado o vídeo sobre o pintor, intitulado "Thomaz".
Ainda segundo Cortez, "Ianelli era um artista que não gostava de vender, tinha mais de 300 obras em seu acervo pessoal".
No próprio Incor, o artista chegou a fazer uma série de aquarelas, denominada "Imagens de uma Internação Forçada". Eram nove guaches, que estavam pendurados nas paredes do seu quarto, no hospital.
Thomaz Ianelli nasceu em São Paulo, em 1932. Pintor, gravador e desenhista, o artista foi integrante do Grupo Guanabara, criado em 1958. Sua primeira exposição individual, em 1960, foi feita na galeria de arte da Folha, quando ganhou o prêmio de aquisição.
Ianelli participou de pelo menos cinco edições da Bienal Internacional de São Paulo, a última em 1987. Em 1988, ele acompanha a equipe de produção do filme "Quarup", realizando vários estudos em aquarela.
O artista foi tema ainda de mostras em vários países, como França (1980), Argentina (1987), Chile (1989) e Estados Unidos (1990). Sua última exposição internacional aconteceu no ano passado em Lisboa, Portugal. Para o crítico Olívio Tavares de Araújo, Ianelli era próximo de Volpi. "Na década de 70, podemos vê-lo obter um ritmo e uma luminosidade característicos de Volpi." (FCy)


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