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TECNOLOGIA
Jornalistas acompanharam o vernissage através de uma webcam
Galeria londrina faz estréia on-line
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Às 15h de anteontem, horário
local, estava tudo pronto para o
lançamento do autoproclamado
"primeiro lançamento internacional de uma galeria de arte".
Desde os cinco continentes do
mundo, jornalistas em Nova York
(EUA), Sydney (Austrália), Tóquio (Japão), Cidade do Cabo
(África do Sul) e São Paulo, representado pela Folha, acompanharam a abertura de uma galeria em
Londres por meio de webcams.
O evento foi armado pela Spectrum Fine Art em parceria com a
Microsoft, dona do serviço de
mensagens instantâneas usado
para que artistas e jornalistas trocassem impressões das obras.
"Isso aí atrás é neve?", perguntou a Folha à jovem Sarah Jeffries.
"Não! É o papel de parede do
quarto da minha irmã", corrigiu a
artista, uma das revelações do ano
na Royal College of Arts, selecionada pela galeria como uma das
promessas de "Artists of Fame
and Promise", mostra que reúne
novatos e veteranos da arte contemporânea inglesa, como Peter
Blake e Eduardo Paolozzi.
Assim, entre uma tomada desfocada e um passeio pelas escadarias da galeria, se teve idéia de como podem ser os lançamentos de
exposições em qualquer canto do
mundo no futuro -com alguns
ajustes necessários.
"Os artistas sempre lidaram
bem com novas tecnologias", "teclou" Kim Rugg, que apresentava
uma série de colagens de jornais,
semelhantes aos trabalhos dadaístas do início do século passado. "É um trabalho à moda antiga.
Levei 50 horas para terminar cada
um. Mas é a dificuldade do processo que me atrai", disse.
Ir contra os modismos é justamente uma das propostas da
mostra, que, para os convidados
do vernissage "real", criou regras
de etiqueta que proibiam, entre
outras coisas, trajes escandalosos,
atitudes blasé e olhar por cima do
ombro de seu interlocutor à procura de pessoas interessantes enquanto estivesse conversando.
"Há um sentimento antifashion
em Londres, na tentativa de se livrar da idéia de que os artistas sejam chiques e exibidos", disse
Andy Robbs, um dos membros
da equipe técnica do evento.
A artista brasileira Giselle Beiguelman, professora de pós-graduação na PUC-SP, lembra que
eventos como o lançamento do
centro de mídia alemão ZKM já
usaram a internet para se projetar
ao mundo. "Mas algo improvisado assim nunca tinha visto. É uma
idéia "hi-low-tech" engraçada."
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