São Paulo, domingo, 25 de outubro de 2009

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Crítica

Filme parece uma entrevista feita pela Oprah

ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Mike Tyson é um dos personagens mais dramáticos e fascinantes do esporte. Sua vida foi uma sucessão de eventos bizarros. De menino-prodígio do boxe, Tyson passou os últimos 20 anos destruindo sua fama com escândalos, prisões e tragédias pessoais. Em termos de histórias picantes, intrigas policialescas e bizarrices de tabloide, só Michael Jackson foi páreo para ele.
É difícil fazer um filme monótono sobre a vida desse homem. Mas o diretor James Toback conseguiu. "Tyson", o filme, mais parece uma entrevista de TV do estilo "Oprah". O único entrevistado é o próprio boxeador. Assuntos polêmicos, como a condenação por estupro ou as dentadas que deu nas orelhas de Evander Holyfield, merecem de Tyson apenas comentários curtos e ensaiados. O que salva o filme são as imagens de arquivo. Mesmo quem não é fã de boxe vai se surpreender com a ferocidade de Tyson no ringue. "Meu objetivo é atravessar a cabeça do oponente com meus punhos", diz um jovem Tyson, após nocautear outro pobre coitado.
A sequência mais emocionante do filme é o depoimento do boxeador após sua última luta profissional, em 2005.
Gordo e decadente, diz: "Eu não amo mais o boxe (...) estou aqui só para pagar minhas contas e ajudar meus filhos... Não sou mais um animal feroz". É um instante mágico, em que Mike Tyson é surpreendido como raras vezes esteve na vida: indefeso e com a guarda baixa.


TYSON

Quando: terça, às 12h, no Unibanco Arteplex 1, e em outros três dias e locais de exibição
Classificação: 10 anos
Avaliação: regular




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