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Crítica
Filme parece uma entrevista feita pela Oprah
ANDRÉ BARCINSKI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mike Tyson é um dos
personagens mais
dramáticos e fascinantes do esporte. Sua vida foi
uma sucessão de eventos bizarros. De menino-prodígio do boxe, Tyson passou os últimos 20
anos destruindo sua fama com
escândalos, prisões e tragédias
pessoais. Em termos de histórias picantes, intrigas policialescas e bizarrices de tabloide,
só Michael Jackson foi páreo
para ele.
É difícil fazer um filme monótono sobre a vida desse homem. Mas o diretor James Toback conseguiu. "Tyson", o filme, mais parece uma entrevista de TV do estilo "Oprah". O
único entrevistado é o próprio
boxeador. Assuntos polêmicos,
como a condenação por estupro ou as dentadas que deu nas
orelhas de Evander Holyfield,
merecem de Tyson apenas comentários curtos e ensaiados.
O que salva o filme são as
imagens de arquivo. Mesmo
quem não é fã de boxe vai se
surpreender com a ferocidade
de Tyson no ringue. "Meu objetivo é atravessar a cabeça do
oponente com meus punhos",
diz um jovem Tyson, após nocautear outro pobre coitado.
A sequência mais emocionante do filme é o depoimento
do boxeador após sua última
luta profissional, em 2005.
Gordo e decadente, diz: "Eu
não amo mais o boxe (...) estou
aqui só para pagar minhas contas e ajudar meus filhos... Não
sou mais um animal feroz". É
um instante mágico, em que
Mike Tyson é surpreendido como raras vezes esteve na vida:
indefeso e com a guarda baixa.
TYSON
Quando: terça, às 12h, no Unibanco Arteplex 1, e em outros três dias e locais
de exibição
Classificação: 10 anos
Avaliação: regular
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