EDITOR DO FOLHATEEN

Talvez para provar que deva ser aceito novamente no mundo altamente preconceituoso do rock'n'roll -mas mais provavelmente por pura curtição-, o fato é que Paulo Ricardo aceitou o convite para virar professor de rebeldia. E ele é bom no que faz.
Divide o giz com ele o jornalista Cadão Volpato, que também integrou uma banda do rock brasileiro oitentista, a Fellini. Para falar a verdade, Volpato é o professor por excelência do curso em questão, "Uma História do Rock" (duas de R$ 180), composto de quatro aulas (a última amanhã) na Casa do Saber, filial Jardins.
É Volpato quem leva os cerca de 30 alunos pela viagem que começa nos primórdios negros de Chuck Berry e chega ao atual hype do Cansei de Ser Sexy. Mas Paulo Ricardo não é figura menor. A ele cabem comentários divertidos, apartes precisos e intervenções musicais. Sim, ele canta, ao violão, as canções às quais Volpato se refere.
Na terça passada, na aula dos anos 80, executou 12 músicas que ajudaram a moldar a década, como "Psycho Killer" (Talking Heads, 77), "Save a Prayer" (Duran Duran, 82), "Killing Moon" (Echo and the Bunnymen, 84; esta arrancou aplausos) e "Exagerado" (Cazuza, 85).
A Casa do Saber já estuda um novo curso, ampliado, para o segundo semestre. E os dois professores planejam transformar as aulas em programa de TV.
Enciclopédia viva do rock, Paulo Ricardo matou, mas não morreu. (IF)


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