São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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MICROCRÍTICAS

ELETRODOMÉSTICA

KLEBER MENDONÇA FILHO
Responsável pelo roteiro e pela direção, Kleber Mendonça Filho acerta na mosca na crítica bem-humorada das besteiras que a televisão e o consumismo induzem a classe média a comprar no que ele chama de "nosso capitalismo comunista". Máquina de lavar roupas, forno microondas, computador, televisões, videogame. Tudo parece imprescindível -e um estorvo se há uma pane geral na energia elétrica.
Em 26 minutos, a classe média se vê retratada num espelho na vida de uma família -de pai ausente; deve estar em algum lugar ganhando o dinheiro necessário para o sustento e para o supérfluo- que toca o barco num dia sem nada de anormal, exceto pela entrega de uma nova TV.
Como em todo bom cinema, a chave da trama está naquilo que não é mostrado, criando um mistério por trás de um ato banal e quase mecânico da dona-de-casa, que somente na última cena será revelado. Enquanto isso, desfilam pela tela as habituais discussões sobre o trabalho escolar dos filhos, as refeições e o trabalho de uma "senhora do lar".
É da simplicidade de uma boa idéia -a ordinária troca de uma letra no título- que surge o bom argumento do realizador.
Uma brincadeira vale uma explicação: durante o curta, a câmera registra vários Uno Milles, fazendo graça com certa vez, em 96, que o diretor perdeu seu carro entre dezenas de outros iguais no shopping. (LVR)


Quando: hoje, às 19h, no MIS (av. Europa, 158, Jardim Europa, tel. 0/xx/ 11/3062-9197); amanhã, às 18h, no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, centro, tel. 0/xx/11/3082-0213); e dia 1º, às 20h, no Centro Cultural São Paulo (r. Vergueiro, 1.000, Paraíso, tel. 0/xx/11/3277-3611) Quanto: entrada franca em todas as sessões

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