CRÍTICO DA FOLHA

Adultério e fofoca movem a comédia "Mulheres - O Sexo Forte". Em um salão de beleza, uma editora de revista feminina (Annette Bening) descobre que o marido de uma amiga (Meg Ryan) tem um caso com uma vendedora de perfumes de uma loja de departamentos (Eva Mendes).
Como lidar com os dois problemas, a traição e a informação privilegiada? No longa de estréia da produtora e roteirista de TV Diane English ("Murphy Brown"), um certo código de honra feminino é invocado para defender que as mulheres da história ajam dessa ou daquela forma.
Na origem do argumento está uma peça teatral da jornalista Clare Boothe Luce (1903-1987), que foi mulher de Henry Luce, o lendário fundador da revista "Time". English se baseou na primeira das duas versões do texto para o cinema, "As Mulheres" (1939), dirigida por George Cukor.
Norma Shearer, Joan Crawford, Rosalind Russell, Joan Fontaine e Paulette Goddard estavam no original. Além das protagonistas, a refilmagem traz atrizes de várias gerações: Candice Bergen, Bette Midler, Carrie Fisher, Debra Messing e Jada Pinkett Smith.
Tantas atrizes juntas renderiam provavelmente um documentário-verdade sobre as filmagens mais curioso e divertido do que o próprio filme, que não disfarça o seu flerte com o filão de "Sex and the City". Do bem-sucedido seriado, no entanto, ficou só com a parte frouxa, o banal e a vulgaridade. (SR)