Com qualidade técnica e bom humor, desenho peca pelo roteiro previsível

DA REPORTAGEM LOCAL

Quem cresceu assistindo à "Sessão da Tarde" na década de 80 certamente se lembra de "Surf no Havaí" (1987), sobre um surfista de piscina que vai tentar a sorte em um campeonato no famoso arquipélago, onde conhece um veterano que lhe ensina a filosofia zen do esporte.
Vinte anos depois, a mesma história chega aos cinemas em versão desenho animado -e com pingüins no lugar de humanos. "Tá Dando Onda", que estréia hoje no Brasil, traz os bichos sensação dos últimos anos ("A Marcha dos Pinguins", "Happy Feet") em uma comédia despretensiosa e bem-feita.
O filme é um "documentário" sobre a vida do aspirante a surfista Cadu Maverick, habitante da polar Frio de Janeiro (no original, Shiverpool, outro bom trocadilho) que, inspirado pela visita do lendário Big Z, decide ir para um paraíso tropical disputar um campeonato.
O trabalho de animação de "Tá Dando Onda", a cargo da Sony Animations, é primoroso: as ondas e as cenas de mar são impressionantes, bem como as "imagens de arquivo" que o "documentário" mostra para contar histórias do surfe do passado e a vida de Big Z.
O humor também se destaca e, apesar das piadas largamente infantis, tem alguns toques de humor negro (nas fotos das mortes de pingüins) e ironia.
O ponto fraco do desenho é seu roteiro esquemático, algo moralista e totalmente previsível -e, como a Pixar já provou, para agradar as crianças não é preciso alienar os adultos.
O desenho original tem as vozes de astros como Shia LaBeouf (de "Transformers") e James Woods, além das participações dos campeões de surfe Kelly Slater e Rob Machado.
A dublagem brasileira, apesar de não incluir nomes famosos (ou, talvez, justamente por isso), também faz um bom trabalho, dando aos pingüins um adequado linguajar de surfista (carioca, no caso). (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

TÁ DANDO ONDA
Diretores: Ash Brannon e Chris Buck
Produção: EUA, 2007
Onde: estréia hoje nos cines Anália Franco, Iguatemi Cinemark e circuito
Avaliação: bom

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