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ERIKA PALOMINO
ELECTROCLASH ESTÁ MORTO; JURO QUE NÃO FUI EU
Bom, se o pai do electroclash
disse que o gênero está morto,
quem sou eu para discordar? O
norte-americano Larry Tee
veio tocar em SP nesta semana
e decretou: "Electroclash is
over", citando (ou não?) o clássico de Miss Kittin que deu origem a tudo. É certo que todo
mundo já sabia que esse deboche não iria durar para sempre.
Mas, como todo movimento
eletrônico que se preza, ele absorveu novas influências e andou para a frente. Ufa. Então
temos respingos de hip hop e
timbres dos 80 que já vinham
com barulhos de rock e levadas
funk e disco. Mas a marca mais
importante dessa nova sonoridade são os valores (e sons)
acid house. Escapismo pouco é
bobagem, ainda mais nessa
maluquice do dia-a-dia, e a
acid confere o revival dos anos
70 em curso.
Na última terça, quem foi, de
modo heróico, eu diria, ao
Amp, ouviu um dos pais da
acid, Mark Moore, que fez história com o S-Express. Pois lá,
abriu com um remix acid de
"Sweet Dreams" e misturou
hits de ontem, hoje e sempre
-tudo com sonoridade acid.
O ápice da noite foi a versão
2000 de "Theme from S-Express", mais electro e com o
mesmo espírito de "The Only
Way Is Up", da Yazz!, que era o
que tocava em 88, quando eu
comecei a escrever nestas páginas. É verdade que esse momento acid house já tinha sido
apontado pelo CD "House of
Colette". O que só prova que
Sarah e o Michel Gaubert sabem das coisas mesmo!
COMO É ESSA NOVA SONORIDADE?
Não entendeu os fundamentinhos do novo som? Pois se joga
na internet e procura a música
nova de Tiga, "Louder than a
Bomb". O homem que nos deu
"Sunglasses at Night" faz exatamente o que se espera dele: migra, encontrando uma nova sonoridade. Tem rock, funk, disco, electro e hip hop. E quem
não se tocou que 2004 viu o fim
da segmentação musical? Foi,
claro, o assunto do ano. E o Metro Area novo? House nova,
com timbres de electro e sensacional arranjo de violinos. Chique, a cara do futuro.
MARCA TEM DUPLA HYPE NA CRIAÇÃO
Tem marca nova no mercado
de roupas para adolescentes e
pós-adolescentes. É a Gokko,
que quer pegar o carente mercado de roupa de festa. Tá certo.
Quantas festas de 15 anos tem
por ano e os garotos e garotas
mais bacanas não sabem o que
vestir e se revoltam? A direção
criativa da nova marca tem dois
talentosos profissionais da nova
geração: a estilista Simone Nunes e o stylist Daniel Ueda. A loja da Gokko inaugura na quinta
que vem, na vilinha fofa onde fica Adriana Barra. O endereço é
r. Peixoto Gomide, 1.801, casa 2.
A MÚSICA DO MOMENTO, PARA MIM
Agora, fazendo a íntima aqui,
para mim uma das músicas do
momento é justamente o
"Moon River" de "Má Educação". Eu não costumo ver filmes
de crianças abusadas, mas não
dá para deixar de ver Gael García Bernal por Almodóvar. O filme é triste, perturbador, mas
estranhamente doce, eu achei. E
Gael está arrebentando. Uma
das cenas mais lindas é quando
o garoto canta "Moon River",
com o medonho padre Manolo
ao violão. Perfeito, como as trecaiadas absurdas de Gaultier.
RAVERS DE PERIFERIA ESTÃO EM VÍDEO
Foi bem gostosa a cerimônia de
encerramento do Festival Mix
Brasil, em SP, que rolou no domingo (21/11) no MIS. Uma
surpresa legal foi a premiação
do documentário clubber
"Operação Cavalo de Tróia", do
trio de novos cineastas Laura
Taffarel, Thiago Villas Boas e
Axel Weisz. O vídeo, que levou
o Troféu Coelho de Prata do júri
oficial para documentários,
mostra grupos de animados ravers da periferia de SP, tentando entrar -no trucón, sem pagar- em uma das edições da MegAvonts. Ele acompanha
grupos de Ferraz de Vasconcelos, Rio Pequeno, Itaquera e outras regiões na saga da invasão,
que inclui florestas, rios, corre-corre para escapar dos seguranças, pitbulls latindo, babado e
confusão. "A gente tinha amigos que trabalhavam em raves e
acabava indo. Eu sempre via os
meninos sendo tirados pelos seguranças e voltando novamente
e achei que era mais legal fazer
um documentário disso do que
sobre os freqüentadores em si",
conta Laura Taffarel. A linguagem é um mix "Bruxa de Blair"
e videoclipes, ao som de
drum'n'bass. "Operação Cavalo
de Tróia" está na mostra competitiva em cartaz no Festival
Mix Brasil, que acontece no Rio
até domingo (28/11) e segue para Brasília, entre 1º e 19/12. Tem
que ver.
NOVO LIVRO DE MODA À VISTA
O povo da moda está nervoso
com o livro da revista "Caras",
comemorativo da SP Fashion
Week, que será lançado no início do ano, no evento. O fotógrafo e editor Marco Rosa está
na gincana de levar os fashionistas até o estúdio, nas situações mais inusitadas. Todo
mundo quer estar dentro.
Colaborou Sergio Amaral, free-lance
para a Folha
epalomino@folhasp.com.br
na noite ilustrada...
Fim de ano animado. Na Technova, do Lov.e tem o top Ian Pooley; na nova Lotus tem hoje a estréia da noite de house de Felipe Venancio; no D-Edge, Nego Moçambique é o convidado da Freak Chic e, no Exxex, rola a Defumadora com Camila Kfouri, Liana Padilha e Luca Lauri no som, tocando electro e punk-funk-rock. Amanhã tem Delicious, no Funhouse, com DJ Bezzi; e a festa de disco, rock, 80's e loucurinhas Hot Stuff, de Paulo Marra e Israel do Vale, queridos, no Cambridge. Ainda no sábado: a festa de cinco anos da SP Groove (www.spgroove.com) e a apresentação do DJ Dean Coleman, no Sirena, em Maresias. No domingón tem show da performática Karine Alexandrino, que vem a SP lançar seu CD, "Querem Acabar Comigo, Roberto" -de sonoridade anos 60 e pique beatnik-, na Dois em Um, no Avenida (av. Pedroso de Moraes, 1.036); o horário é tipo matinê, às 19h. Para quem quer clubbing dominical (no feriado foi tudo, não?), hip hop no Lov.e, indie-rock n'A Lôca, drum'n'bass no D-Edge e, para as bis, Ultralounge. Na On the Rocks da segunda tem os VJs Edgar Picolli e Léo Madeira tocando suas favoritas. Na terça rola a Elektra no Tostex; Gláucia ++ toca e Léia Bastos recebe o povo na entrada. Na quarta é a vez de mais uma animada Pancadão, com DJ Marlboro no Lov.e; e, no Lotus, rola noite de hip hop com DJ Milk. Se joga, amor
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