São Paulo, domingo, 27 de março de 2005

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Vips, Incríveis e Leno e Lilian seguem em ação

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

No topo está Roberto Carlos; abaixo, Erasmo Carlos e Wanderléa; no terceiro degrau, Renato e Seus Blue Caps, Jerry Adriani, Wanderley Cardoso e Os Vips. Esta hierarquia é estabelecida por Márcio Antonucci, um dos Vips.
Mas a escadaria da jovem guarda é muito maior. Reúne dezenas de cantores e músicos que, direta ou indiretamente, continuam em atividade graças à história que fizeram nos anos 60. "Já tentamos cantar "Anna Júlia" [sucesso do Los Hermanos], mas ela não foi aceita porque não traz a recordação que o nosso público busca", diz Márcio Antonucci, 59, diretor musical da TV Record e que faz de quatro a seis shows por mês com o outro "vip": seu irmão Ronald, 63.
"A Volta", o maior sucesso dos Vips, está na trilha da novela "América", da TV Globo, cantada por Roberto Carlos. Embora seja seu autor (com Erasmo), ele nunca tinha gravado a música. É uma das novidades de 2005, quando se completam 40 anos do programa "Jovem Guarda", que o Rei apresentava na Record.
Entre as comemorações previstas estão o lançamento de um DVD gravado no Canecão, em 2004, com vários nomes do movimento; relançamento da caixa de cinco CDs que marcou os 30 anos; e apresentações de uma banda formada por músicos de Fevers, Incríveis e Renato e Seus Blue Caps, tendo jovens cantores como crooners.
"Ainda faremos um DVD para contar a história das três bandas", conta um dos idealizadores do projeto, Netinho, 58, o único da formação original que permanece em Os Incríveis. O grupo faz cerca de cinco shows mensais.
Os Estados do Nordeste e o interior paulista são os principais mercados da turma da jovem guarda. Adilson Ramos, 60, resolveu se mudar para Recife em 1982, já que mal parava em casa, em São Paulo. Hoje, faz três shows por semana no Nordeste e é um dos cantores mais populares da região.
"Eu era muito parado na rua quando vim para cá. As pessoas tinham orgulho, como se dissessem: "Adilson Ramos escolheu aqui'", afirma.
Ramos tem um bloco de jovem guarda nos shows, mas é basicamente um cantor romântico. Também é o caso de Eduardo Araújo, 59, autor de "Vem Quente que Eu Estou Fervendo". Depois de passar pelo soul e o rock progressivo, ele se firmou a partir de 1984 na música country. "Percebi que não tinha mais idade para fazer música de garoto. E a country music é o mesmo caminho que seguem os roqueiros americanos", diz Araújo, casado há 35 anos com a cantora Silvinha, com quem ainda faz shows baseados na jovem guarda.
Lílian, 47, da dupla Leno e Lílian, é outra que tem dois formatos de show: um mais voltado para a jovem guarda, outro com as canções de sua carreira solo, como "Rebelde". Só não pode faltar em ambos "Devolva-me", sucesso dos anos 60 regravado por Adriana Calcanhotto.


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