São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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Crítica

Daniel Craig vive um 007 arrivista em "Cassino"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Daniel Craig, o novo James Bond, corre mais em "007 - Cassino Royale" (TC Pipoca, 17h35) do que seus predecessores em todos os filmes anteriores. Somados, bem entendido.
Tomemos o mais proeminente deles, e que serviu até aqui de modelo a todos os demais: Sean Connery era, antes de mais nada, um "bon vivant" que parecia estar no ramo da espionagem apenas para se divertir com os inimigos e seduzir belas garotas (se fossem perversas vilãs, melhor). Connery fez de Bond um aristocrata de modos finos, remanescente legítimo de um poder que o Império Britânico já não podia ostentar.
Daniel Craig, ao contrário, não passa de um arrivista. Ele pode reconhecer qualquer vinho, de qualquer safra. Mas a gente olha na cara dele e nota que isso só acontece porque fez um cursinho sobre o assunto.
Craig não tem passado, é um esforçado alpinista social que parece estar na espionagem por necessidade. Ele tem de se afirmar produzindo: é um homem do novo século.


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