São Paulo, sexta, 27 de março de 1998

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DOCUMENTÁRIO
Festival apresenta seleção mundial

CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio

Com dois lançamentos mundiais e mais 33 documentários exibidos -e premiados- em festivais pelo mundo, começa hoje no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil, no centro do Rio) a terceira edição de "É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários".
"Tinta Vermelha" (1998), dos argentinos Marcelo Céspedes e Carmem Guarini, é um dos lançamentos. A rotina de uma redação de jornal é o tema do filme da dupla de documentaristas.
O outro lançamento do festival é "Geraldo Filme", um documentário de 52 minutos do diretor brasileiro Carlos Cortez. A história de Filme, compositor paulista, é usada para uma análise do universo do samba em São Paulo.
"É Tudo Verdade" acontece de forma quase simultânea no Rio e em São Paulo. No Rio, os filmes serão exibidos até o dia 2 de abril. Em São Paulo, o festival começa segunda-feira e se estende até 5 de abril, com sessões no Cinesesc e no Museu da Imagem e do Som.
O festival foi dividido em três mostras -duas delas competitivas. Na competição internacional, serão exibidos 18 documentários. Na competição nacional, serão apresentados nove. Há ainda uma retrospectiva da obra do diretor dinamarquês Jon Bang Carlsen, com a exibição de oito filmes.
Entre os competidores da mostra internacional estão três filmes brasileiros, selecionados pelos organizadores do festival entre os quase 200 trabalhos -nacionais e internacionais- inscritos.
Além do média-metragem "Geraldo Filme", estão na competição internacional "O Cineasta da Selva", de Aurélio Michiles, e "Nelson Sargento", de Estevão Pantoja. Os três também participam da competição nacional.
"A intenção era ter filmes brasileiros na competição internacional, por isso os três documentários participam das duas mostras", explicou Amir Labaki, diretor do festival.
Os 18 filmes da competição internacional disputam um prêmio de US$ 5.000 -mesmo valor do prêmio em disputa pelos nove filmes que participam da competição nacional.
Entre os destaques da mostra internacional está "Homem de Visão", do australiano radicado na Suécia William Long, que abre o festival. Long conta as histórias de um esquimó que, aos 87 anos, caça ursos polares e vê o desaparecimento de sua cultura -mas de forma bem-humorada.
Outro destaque é "Amsterdam Global Village", do holandês Johan van der Keuken. Com quatro horas de duração, o documentário é um épico onde Keuken retrata as várias nacionalidades e "tribos" que vivem em Amsterdã. O filme recebeu o primeiro prêmio do Festival de Munique.
"Mas, Afinal, Quem é Juliette?" (México, 1997), de Carlo Marcovich, foi o vencedor da competição latina da edição passada do Sundance e do prêmio da crítica internacional em Havana.
Marcovich acompanhou a história de uma adolescente cubana de 16 anos que se prostitui para conseguir comprar bens. O filme acompanha o personagem em situações como seu reencontro com o pai, que a havia abandonado aos 6 meses de vida, ao emigrar para os Estados Unidos.
"Assumindo o Passado" (EUA, 1996), de Jeff Dupre, é outro premiado em Sundance. Dupre mostra a história de cinco personagens -gays e lésbicas- da história americana nos últimos 300 anos.



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