São Paulo, sexta, 27 de março de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PARIS É UMA FESTA

Sociedade alternativa
Com seus 20 milhões de livros vendidos ao redor do mundo, o escritor Paulo Coelho foi a estrela do 18º Salão do Livro. Sua editora na França, Anne Carrière, alugou o Carrossel do Louvre -embaixo da pirâmide do museu- para um jantar luxuoso para cerca de 500 pessoas, com música ao vivo. Enquanto os convidados andavam no mármore branco bebericando champanhe, os músicos tocavam canções de Coelho e Raul Seixas. Entre elas, "Viva a Sociedade Alternativa". "Acho que o Paulo Coelho fez mais sucesso na sociedade convencional", ironizou um escritor brasileiro na festa.

Batedor de carteira
Poucos escritores brasileiros saíram ilesos de Paris. Quase todos apanharam um resfriado. Houve quem teve menos sorte e "perdeu" a carteira. O poeta Adriano Spínola pegou o ladrão e conseguiu recuperar a sua.

"Efeito Brasil"
A música brasileira não era ouvida apenas nos alto-falantes dentro do Salão do Livro em Porte de Versailles. Se lá dentro o estilo predominante era bossa nova, no metrô era música clássica. Um músico tocava as Bachiana nº 5, de Villa-Lobos.

Ziriguidum
Enquanto escritores brasileiros participavam de uma conferência na Sorbonne Nouvelle ontem de manhã, duas alunas da universidade vendiam em uma banquinha ingressos para um show de samba com capoeira. Elas garantiam que todos os 15 integrantes do grupo Batucada de Rocilmanous eram franceses "legítimos".

Holofotes
O salão terminou na quarta-feira, alguns escritores já foram embora, mas os holofotes continuam sobre os autores brasileiros. Como Lygia Fagundes Telles, Antonio Torres e Antonio Olinto, que foram convidados para um debate em Aubervilliers, um subúrbio parisiense.

Frutos
O sucesso do salão do livro está rendendo frutos para os escritores brasileiros. Houve uma verdadeira caça aos autores pelos editores europeus. Antonio Torres, por exemplo, foi procurado pelos holandeses e franceses, e Raduan Nassar vai ter sua "Lavoura Arcaica" editada na Alemanha.

Caminho místico
A ex-presidente da Academia Brasileira de Letras Nélida Piñon fica na Europa por mais um tempo. No dia 1º de abril ela recebe o título de Doutor Honoris Causa em Santiago de Compostela.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.