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FESTIVAL
Brasil pode disputar Palma de Ouro
Scorsese presidirá
júri em Cannes
AMIR LABAKI
em São Paulo
Daqui a um mês serão anunciados os concorrentes de Cannes-98,
a 51º edição do principal festival
internacional de cinema, que
acontece entre 13 e 24 de maio. A
única certeza: Martin Scorsese
presidirá o júri, tirando uma folga
do documentário que dirige sobre
o cinema italiano e dos preparativos para a cinebiografia que prepara de Dean Martin.
As especulações já começaram
sobre os potenciais competidores.
Dois dos detentores de duas Palmas de Ouro poderão marcar presença. Emir Kusturica ("Underground") finaliza "Gato Preto, Gato Branco", enquanto Billie August já tem certa a estréia em maio,
nos EUA, de sua versão para "Os
Miseráveis", de Victor Hugo, com
Liam Neeson como o perseguido
Jean Valjean e Geoffrey Rush
("Shine") como seu algoz Javert.
Europa
A esquadra européia deve apresentar ainda três outros cineastas
já premiados mas nunca vencedores em Cannes. O russo Nikita Mikhalkov deve lançar seu "O Barbeiro de Sevilha".
O italiano Nanni Moretti repete
o registro autobiográfico de "Caro
Diário" com "Aprile" ("Abril"),
em que trata seu recente batismo
na paternidade. O dinamarquês
Lars von Trier anuncia flertar com
o sexo explícito em "Os Idiotas".
A presença americana tem tudo
para ser das mais fortes. Cannes
seria a vitrine ideal para Spike Lee
apresentar "He Got Game" ("Ele
Tem Jogo"). Denzel Washington
faz um presidiário em liberdade
condicional que sofre pressão pelo
passe de seu filho.
A ânsia por estrelas e as boas relações de Forest Whitaker ("Bird")
podem garantir uma vaga, ainda
que fora de concurso, para a comédia romântica "Hope Floats"
(Esperança À Tona), dirigida por
ele e protagonizada por Sandra
Bullock, Harry Connick Jr. e Gena
Rowlands.
Da área independente, uma forte
carta poderá vir a ser "The Last
Days of Disco" ("Os Últimos Dias
da Discoteca)", de Whit Stillman
("Barcelona"). Chloe Sevigny, Robert Sean Leonard e Jennifer Beals
embalam a homenagem nostálgica aos agitos nova-iorquinos da
aurora dos anos 80. Tem tudo para
ser o hype do festival.
O triunfo em Berlim de "Central
do Brasil" aumenta a chance de
uma produção nacional disputar a
Palma de Ouro.
O mais forte candidato é "Um
Coração Iluminado", de Hector
Babenco. O cineasta está em Nova
York trabalhando na finalização
do filme. "Não vou correr para
terminar filme para festival", disse
Babenco à Folha.
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