AMIR LABAKI
em São Paulo

O primeiro drama dirigido por um índio cheyenne americano ("Smoke Signals") e uma comédia francesa premiada em Cannes ("Western") abrem hoje a 27ª edição do festival de cinema New Directors, New Films (Novos Diretores, Novos Filmes) em Nova York.
Até o dia 12 de abril, 32 filmes serão exibidos na principal mostra nova-iorquina destinada a revelações. Não-competitivo, o evento só perde em importância na cidade para o festival de Nova York.
O policial brasileiro "Matadores", de Beto Brant, é o único latino-americano selecionado pelo evento. Programado para os dias 5 e 6, "Matadores" é definido pela organização como "uma imaginativa mistura de gêneros que nunca pára de surpreender -e divertir- ao colocar os clichês de cabeça para baixo".
A escolha de "Matadores" cresce em importância dado o predomínio neste ano de produções das cinematografias consolidadas (América do Norte e Europa ocidental). A produção independente americana emplacou seis longas e quatro curtas. A seguir, com três longas e um curta, estão as representações britânica e francesa. Fora do eixo Los Angeles-Bruxelas, também marcam presença Irã, Japão, Rússia, Taiwan e Turquia.
Só três dos selecionados são documentários. "Goshogaoka" enfoca o time de basquete feminino de um ginásio japonês. "Moment of Impact", de Julia Loktev, trata do duro cotidiano da família da cineasta. Por fim, "Quarta-Feira, 19 de Julho de 1961" ("Wednesday") pesquisa a vida dos que nasceram em São Petersburgo no mesmo dia do aniversário do diretor Victor Kossakovsky.
"Smoke Signals" (Sinais de Fumaça) credenciou-se para a abertura ao receber o prêmio de melhor filme de ficção pelo público e pelos cineastas do último Sundance. Dirigido por Chris Eyre, 28, trata da busca por um jovem índio do corpo de seu pai morto.
"Western" (Oeste), por sua vez, revelou em Cannes-97 o talento de Manuel Poirier. Dedicado a levar às telas uma França para muito além de Paris, Poirier apresenta um "road movie" no oeste francês.



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