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Topázio é apenas mais uma casa mediana
especial para a Folha
Não param de abrir restaurantes
em São Paulo. Mas no lugar disso
ser um signo de renovação, no
mais das vezes se resume a um ritual de repetição. Como regra, é
um grande tédio que se abate sobre a cidade -e sobre as ambições
gastronômicas de seus gourmets.
Há uma diferença entre o restaurante realmente ruim -aquele
que é medíocre não somente na
concepção, mas também na qualidade do que faz- e o restaurante
mediano, entediante. O Topázio,
exemplo de hoje, está longe de ser
um restaurante ruim.
É confortável, tem preços suportáveis, pratos que, quase todos,
pode-se comer até o fim sem sustos. Mas onde fica a criatividade, a
inovação, a emoção?
Uma visita descompromissada
ao Topázio mostrará um ambiente
bastante profissional. Além da comodidade de manobrista e estacionamento (embora pagos), das
poltronas espaçosas, dos talheres
decentes, teremos à mesa pratos
que revelam a experiência do proprietário, André Jean Frank.
Ainda jovem, com 33 anos, ele
tem um caso com a cozinha desde
criança (fez sua primeira receita
aos cinco anos), e ao mudar-se para Israel, em 1979, um ano depois
já trabalhava num restaurante.
Chegando ao Brasil em 89, manteve-se no ramo, passando por
restaurantes como o Capricho, La
Vecchia Cucina e Il Menestrello.
Ele inaugurou o Topázio em 97,
dando-lhe um perfil italiano -é
sua culinária predileta.
Ali implantou um cardápio extenso, e como dizia, profissional.
Mas sem novidades. Começa por
um couvert monumental, de tirar
a fome (pastas, pães, conservas,
pastéis). Vários tipos de carpaccio.
Risoto de funghi e outro de frutos
do mar.
Entre os vários raviólis, alguns
diferentes, mais para exóticos (de
brie com molho de uvas; de maçã
com molho de uvas passas, creme
de leite e mostarda); massas secas
com 14 opções de molhos; carnes
com molhos usuais (funghi, ervas,
pimenta, mostarda); mais ossobuco, cabrito assado, frango com
creme de milho...
O Topázio tem carpaccio decente, massas comuns palatáveis, filés
sem defeitos gritantes. Massas recheadas sem maiores defeitos, como as conchiglie recheadas com
mussarela e cobertas de molho de
tomate (para que gratiná-la?).
Um ossobuco um pouco duro,
mas de molho denso. O restaurante é decente. Mas mediano como
tantos e tantos. Provoca um tédio...
(JM)
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