São Paulo, sexta-feira, 27 de abril de 2001

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TRECHO

"Para os antigos egípcios, dar forma à matéria não era um ato de puro deleite, o que não significa, evidentemente, que eles deixassem de extrair muitas satisfações estéticas disso. Mas os fundamentos do ato artístico encontram-se fora das preocupações estéticas em si mesmas: eles se situam na esfera das crenças relativas aos mortos e aos deuses -portanto, no mundo sobrenatural. Desenhar, esculpir, pintar permite dar corpo às presenças invisíveis nas quais o espírito humano acredita, criar objetos reais para os ritos que lhes concernem, fabricar suportes para todos os gestos essenciais que asseguram a ligação entre os humanos e o mundo dos deuses. (...) As obras mais oficiais, os templos com a sua arquitetura, o seu cenário esculpido e pintado e a sua população de estátuas, constituem objeto de elaboradas especulações por parte dos teólogos do templo. O desafio é considerável: trata-se de conceber a morada terrestre do divino senhor, de lhe assegurar abrigo e proteção, de manter a ordem dos deuses aqui em baixo, de alcançar aquele equilíbrio divino que é garantia de permanência."
GENEVIÈVE PIERRAT-BONEFFOIS, curadora de "A Arte no Egito no Tempo dos Faraós", no catálogo da mostra


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