BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Ou vai ou vai, minha filha, agora não tem jeito." Quem dá o ultimato, a si mesma, é a cantora paulistana Céu, 25, que faz show hoje no Sesc Pompéia, pela primeira vez na choperia.
A apresentação pode ser considerada uma espécie de início "pra valer" de turnê de divulgação nacional de seu primeiro disco solo, homônimo, lançado em outubro, já que apenas São Paulo e Rio de Janeiro viram seus shows -inicialmente, ela prevê cidades no Nordeste e Sul.
Como preparação, ela teve treinamento intensivo. No mês passado, Céu cantou na França e Holanda. "Fiz 12 shows seguidos, durante 14 dias. Foi bom porque me ajudou a perder um pouco a minha timidez. Sempre fui mais na minha quando estou no palco", diz a cantora.
O que não falta para Céu decolar de vez são "empurrõezinhos". O público, por exemplo, costumava lotar suas temporadas no final do ano passado e começo deste, na casa Grazie a Dio!. Já alguns dos principais produtores do cenário brasileiro apontaram, em enquete realizada pela Ilustrada em fevereiro, que a cantora é o nome a se ficar de olho neste ano.
Artista do Ambulante Discos, Céu diz que ainda prefere os selos independentes. "Estão rolando propostas de gravadoras, vamos ver o que acontece. Não é que seja ranhetice minha; é porque meu trabalho é autoral, prefiro ter mais autonomia. "
Com essa opção, a cantora mostra no show um repertório que agrada tanto ao público mais tradicional da MPB quanto aos alternativos. É a chance para ouvir ótimas canções próprias de Céu, como "Mais um Lamento" e covers, como "Nanã" (Moacir Santos).