CRÍTICO DA FOLHA

Nas fraldas do elegante bairro de Higienópolis, um boteco comemora 42 anos bem vividos: o Ugue's. Fica na transição com Santa Cecília, o bairro vizinho e menos empertigado, e reúne um pouco de cada atmosfera.
Situado a poucos passos dos edifícios imponentes da av. Higienópolis, quando inaugurado, nos anos 60, o bar servia comida árabe, pelas mãos de seu fundador Hugo Rigatto, 85.
Depois de passar por dois outros proprietários, está há 25 anos com o atual dono, Marçal Fernandes, 57, e um sócio mais recente, Pedro Costa Penha, 59.
O cardápio mudou, adaptando-se ao estilo de botequim paulistano. Tem pratos com preços baixos e reúne nas mesas um público que mistura artistas e médicos (da Santa Casa ali perto) com trabalhadores da região.
A feijoada das quartas e sábados é um destaque, embora fuja da tradição de boteco por ser do tipo mais "light" (tem linguiça, lombinho, carne-seca, costela, mas renega as partes mais polêmicas -e saborosas- do porco).
Durante o dia, o público que circula por ali opta por tomar cerveja de garrafa e comer petiscos e porções, sendo a coxinha de frango a campeã de vendas e o beirute de filé-mignon, uma especialidade da casa.
De resto, o menu do Ugue's é curto e trivial. Vai de sanduíches como misto quente e cheese-salada a pratos que se tornaram unanimidades paulistanas, como o filé à parmigiana.
Todos os dias, o PF (de carne, calabresa ou frango) sai por R$ 13,90. (JOSIMAR MELO)