São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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CRÍTICA DRAMA

"Um Novo Despertar" peca por argumento implausível

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando dirige filmes, Jodie Foster tem uma predileção temática, a família. Estreou como diretora com "Mentes que Brilham", sobre um garoto superdotado.
Em "Um Novo Despertar", seu terceiro filme, tido gira em torno de outro personagem fora da norma.
Walter Black (Mel Gibson), dono de uma fábrica de brinquedos, sofre de depressão. Não se sabe a origem do problema, que que o leva a se afastar da mulher e dos filhos e a se afundar em um hotel. Quando parece ter chegado ao fundo do poço, ele reage subitamente.
Isso acontece de maneira insólita, por meio de um bicho de pelúcia, um castor, que Walter passa a usar permanentemente no braço esquerdo. O bicho -inquietante e engraçado- "fala" com a voz de Walter, alterada por um sotaque estranho.
Funciona como uma mediação entre Walter e o mundo, protegendo seu psiquismo enfermo. Conhecido pela habilidade de construtor de tocas, o castor "ajuda" Walter a se reconstruir.
Para espanto geral, a coisa funciona. Walter volta para casa, salva sua empresa da bancarrota e se torna um fenômeno midiático. Mas logo a terapia mostra seus limites. A maneira de narrar instala um jogo de identificação para que o espectador torça por Walter, que assumiu com coragem e sozinho a tarefa de se curar.
Gibson se empenha em construir um personagem crível, mas o absurdo que a marionete significa e as situações não menos improváveis que recheiam o roteiro prejudicam o resultado.
Mas o filme também pode ser visto como um questionamento sobre a maneira como percebemos o doente mental e aí os absurdos se relativizam. Eis sua força.

UM NOVO DESPERTAR

DIREÇÃO Jodie Foster
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Jodie Foster, Mel Gibson e Anton Yelchin
ONDE nos cines Cidade Jardim, Espaço Unibanco Pompeia, Jardim Sul e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular


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