São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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CRÍTICA COMÉDIA

Piada requentada tira frescor de "Se Beber, Não Case! 2"

RICARDO CALIL
CRÍTICO DA FOLHA

"Se Beber, Não Case! 2" é antes um remake do que uma sequência do original. No primeiro filme, quatro amigos faziam uma despedida de solteiro em Las Vegas, eram drogados, esqueciam o que haviam aprontado e perdiam um de seus colegas.
Neste segundo, quatro amigos fazem uma despedida de solteiro na Tailândia, são drogados, esquecem o que aprontaram e perdem um agregado do grupo.
Mudam o ambiente e alguns detalhes (em um, encontram um bebê perdido; no outro, um macaco). Mas ambos se baseiam no que o crítico da Folha Inácio Araujo bem definiu como "arqueologia da farra": a tentativa de reconstituir um período pelos seus vestígios. Para aqueles que identificaram no primeiro filme um exemplo de frescor na comédia americana, o segundo será uma franca decepção.
Uma reciclagem malandra e preguiçosa, feita para apenas faturar em cima de um conceito bem-sucedido.
Mas há um problema mais grave, muito comum entre remakes: mesmo sendo praticamente o mesmo filme que o original, "Se Beber, Não Case! 2" consegue ao mesmo tempo ser bem pior.
É que as novas piadas politicamente incorretas que recheiam o velho esqueleto de trama são mais abusadas e menos inspiradas.
Apesar de tudo, o filme é superior à média das comédias americanas recentes, porque a receita original continua forte. Mas poderia ser grande se o diretor Todd Phillips e equipe houvessem tentado criar algum elemento novo.
É como se a mesma piada fosse contada por um comediante brilhante e depois por um amador esforçado, que fala alto e faz gestos exagerados para disfarçar o fato de que ele não dá para a coisa.

SE BEBER, NÃO CASE! 2

DIREÇÃO Todd Phillips
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Bradley Cooper, Zach Galifianakis
ONDE nos cines Anália Franco, Eldorado Cinemark e circuito
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO regular


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