São Paulo, sexta-feira, 27 de maio de 2011

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Evento apresenta jovens expoentes do teatro inglês

Peças do 15º Cultura Inglesa Festival destacam textos em que temas pungentes recebem tratamento inovador

Drama inspirado em história real, "Ivan e seus Cachorros", de Hattie Naylor, dá início hoje à programação

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Dois jovens autores britânicos de destaque na atual cena teatral londrina são apresentados no país no 15º Cultura Inglesa Festival: Hattie Naylor e Mike Bartlett.
"Suas peças tratam de conteúdos urgentes da sociedade com alguma inventividade formal", diz Valmir Santos, um dos curadores.
Naylor marca presença em dose dupla. Ministra um workshop sobre dramaturgia e estreia "Ivan e seus Cachorros", peça indicada ao Olivier Award 2011 que abre a programação do evento hoje, dirigida por Fernando Villar.
Num cenário que remete a um livro aberto, um jovem moscovita conta sua história. É intérprete de si mesmo, manipulando o som e a iluminação de sua própria obra.
Seu nome é Ivan Mishukov. Aos 4 anos, ele fugiu da casa da mãe para encontrar seu lugar no mundo em outra família: um bando de cachorros de rua.
Nessa Moscou mergulhada na recessão econômica dos anos 1990, os animais se revelam mais humanos do que a humanidade.
"Hattie mostra a superação dessa criança em situação extrema. A partir de seus olhos, através de uma escrita híbrida que é totalmente dependente da sonoplastia, fala sobre a traumática passagem da Rússia ao capitalismo", diz Villar.
A recessão também norteia Mike Bartlett. Na comédia de humor negro "O Contrato", vencedora do Olivier Award de 2010, o enfoque recai sobre a vida corporativa.
Para abordar as relações de poder no ambiente de trabalho, o diretor Zé Henrique de Paula concebe uma encenação asséptica .
"A invisibilidade de uma funcionária será devassada até o limite, exposta à infernal estrutura de dilaceração do indivíduo que é conduzido a uma vida de completo estado de anestesia", diz.
O festival apresenta ainda "Os Amigos dos Amigos", adaptação do conto homônimo de Henry James.
Cássio Pires apropria-se da narrativa deste grande nome da literatura do século 19 para falar sobre "pessoas que se relacionam sem jamais se conhecerem".


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