JORGE CARRARA
COLUNISTA DA FOLHA

Criada em Curitiba no final de 2004, a Capex é uma importadora nova dedicada exclusivamente aos vinhos argentinos. Em maio passado, no restaurante Rincón de Buenos Aires, em São Paulo, a empresa lançou a última novidade do seu portfólio: os vinhos da vinícola Jacques e François Lurton.
A adega leva o nome de seus proprietários, dois irmãos franceses, membros de uma família com profundas raízes na vitivinicultura de Bordeaux. Após assessorarem algumas casas platinas (como a Catena), eles acabaram adquirindo vinhedos e uma cantina em Vistaflores, ao sudeste da cidade de Mendoza.
Lá, os Lurton assinam goles bem delineados, com boas características varietais. Os vinhos apresentados no evento mostraram isso, desde os mais simples, como o Lurton Rosado 2005, de uvas bonarda, ligeiro, frutado, com boa acidez e bela escolta para pratos condimentados da culinária oriental (86/100, R$ 23), até os rubros de ponta, como o Piedra Negra 2002, um malbec encorpado e denso, com fruta intensa marcada por fortes pinceladas de madeira (90/100, R$ 150).
Mas o estoque da importadora guarda outras boas pedidas. Entre elas, estão os vinhos da Bodega Cabrini, da região de Perdriel, também em Mendoza, que surpreende pelos tintos, de boa relação custo-benefício. São vinhos do estilo do Don Leandro 2002, um malbec oriundo de vinhedos com mais de 80 anos de idade, sem passagem por madeira, com perfume de geléias e frutas vermelhas, redondo e equilibrado (87/100, R$ 25), ou do Cuarta Generación Cabernet Sauvignon 2001, em que aparecem aromas e sabores do carvalho (baunilha, leve tabaco) e também de fruta (framboesa) sustentados por taninos finos (88/100, R$ 38,50).
Vale também provar o Don Diego Syrah Roble 2004, um tinto da Frutos de Fiambalá (uma adega de Catamarca, no noroeste do país, Província que começa a despontar no horizonte vinícola argentino).
Ele tem aroma intenso (cedro, caramelo, compota de ameixas), paladar aveludado, concentrado e vivaz, com boa acidez e final agradável (89/ 100, R$ 60 -todos à venda na Capex, tel. 0/xx/11/4707-3735).

BRANCO SICILIANO
Os goles da Sicília continuam se firmando no universo de vinhos finos italianos. Uma das últimas novidades da ilha são os brancos de uva viognier, cepa gaulesa do Vale do Rhône, que origina caldos de perfume peculiar, como o do MandraRossa, marcado por pêra madura e pêssego, denso em boca e com boa acidez.

CARTA ATRAENTE
A Vinheria Percussi (r. Cônego Eugênio Leite, 523, Pinheiros, tel. 0/xx/11/3088-4920) integra o time dos restaurantes com vinhos a preços em conta. Na carta há bons exemplares com custo similar ao das importadoras, como o argentino Doña Paula Malbec 2005 (R$ 60) ou o riesling chileno Santa Rita Gran Hacienda 2004 (R$ 36).

SUGESTÃO
ATÉ R$ 40
MANDRAROSSA VIOGNIER 2005
Avaliação: 86/100
Bom para: massas com molhos cremosos, carnes brancas
Preço: R$ 30
Onde: Cellar, tel. 0/ xx/11/5531-2419


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