São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2005

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°16º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS

Três produções são exibidas juntas

São Paulo assiste a curtas de diretores do Dogma

ALCINO LEITE NETO
EDITOR DE DOMINGO

Antes de se tornar um dos principais nomes do cinema dinamarquês e um dos propagandistas do movimento Dogma com "Festa de Família", Thomas Vinterberg (nascido em 1969) era um bem-sucedido diretor de curtas-metragens. Em 1993, fez "Último Round", que foi indicado para o Oscar. No ano seguinte, realizou "O Menino que Andava para Trás", prêmio do público no festival de curtas de Clermont-Ferrand (França).
Este último filme será exibido hoje, no MIS, em São Paulo, no 16º Festival Internacional de Curtas-Metragens. Dura cerca de 37 minutos. Será acompanhado de "Ansiedade" (2001, 34 min), de Christoffer Boe, e de "Final de Semana Perdido" (1999, 35 min), de Dagur Kári. Os três filmes foram reunidos pelo festival na rubrica "Dez Anos de Dogma", em referência ao manifesto lançado em 1995 por Lars Von Trier, Vinterberg e outros, que postula um cinema muito direto, informal, anticonvencional e provocador.
O dinamarquês Boe, nascido em 1974, é o interessante diretor de "Reconstrução de um Amor", premiado no Festival de Cannes com a Caméra d'Or em 2003 e que já foi exibido no Brasil. Dagur Kári é de origem islandesa, nasceu em Paris em 1973, estudou cinema na Dinamarca e em 2003 lançou o longa "Nói Albinói", filme que virou cult entre os hipermodernos europeus e até hoje não entrou em cartaz nos cinemas brasileiros.
O filme de Vinterberg é o mais inteiro, seguro e comovente. É a história do trabalho de luto de um garoto que perdeu seu irmão num acidente de moto. O diretor se sai relativamente bem, embora sem brilho, da difícil tarefa de filmar a confrontação de uma criança com a morte. "Ansiedade", de Boe, sobre um rapaz em crise amorosa, é uma bobagem descomunal, de um experimentalismo tosco e sem rumo. "Fim de Semana Perdido", de Dagur Kári, mergulha no vazio existencial da vida de um DJ com lentas seqüências construídas por uma fotografia melancólica e de forte contraste, mas que não esconde a reflexão ginasiana e esquemática do filme, coisa tão freqüente nos curta-metragens de estreantes.


Dez Anos de Dogma
Quando:
hoje, às 21h, no MIS (av. Europa, 158, SP, tel. 0/xx/11/3062-9197); amanhã, às 20h, no Cinesesc (r. Augusta, 2.075, SP, tel. 0/xx/11/3082-0213)
Quanto: entrada franca


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