São Paulo, domingo, 27 de agosto de 2006 |
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Nas lojas Drama Cabra-Cega TONI VENTURI Distribuidora: Europa; Quanto: R$ 29, em média Mais um exercício sobre isolamento realizado pelo diretor Toni Venturi e pelo roteirista Di Moretti, que já haviam feito "Latitude Zero" em parceria. O salto entre um trabalho e outro é expressivo. Em 1971, um amplo apartamento no centro de São Paulo abriga um militante político (Leonardo Medeiros) que se recupera de um ferimento e revê suas convicções enquanto convive com a mulher que cuida dele (Débora Duboc), com o dono do imóvel (Michel Bercovitch) e com um militante mais experiente (Jonas Bloch). Quase tudo se passa entre quatro paredes, mas os fantasmas do exterior projetam ali dentro dilemas para o protagonista. Edição especial com disco exclusivo para extras, que incluem entrevistas e o documentário "No Olho do Furacão", de Venturi e Renato Tapajós, com depoimentos de sobreviventes da luta armada contra o regime militar. (SÉRGIO RIZZO) Drama Amar Foi Minha Ruína JOHN M. STAHL Distribuidora: Classicline; Quanto: R$ 34, em média Assistir a "Amar Foi Minha Ruína" equivale a uma visita profunda às fontes de nossas telenovelas, no que podem ter de melhor. Em princípio, eis ali uma história de ciúme, de mulher tão ciumenta quanto bela (Gene Tierney). Em vez de explorar a psicologia, John Stahl investe na patologia: é a insânia pura e simples que guia seus gestos, sua total incapacidade de adequar-se àquilo que a sociedade pede (exige). E a bela Ellen é capaz de tudo que se possa imaginar por seu marido (Cornel Wilde). Por quê?, nos perguntamos. Ele a ama, nada justifica as atrocidades que ela comete. Mas aí está o que tem de exemplar este melô: o descompasso entre ato e necessidade, a inutilidade dos gestos que engendram a tragédia. Há algumas vilãs da TV que fazem lembrar essa grandeza, embora a extensão das novelas tenda a afrouxar a lógica das personagens. (INÁCIO ARAUJO) Drama Os Quatro Filhos de Adão GREGORY RATOFF Distribuidora: Columbia; Quanto: R$ 34, em média De 1941, "Os Quatro Filhos de Adão" vale essencialmente por seu estrelado elenco, em especial por Ingrid Bergman, um ano antes que se tornasse um ícone da história do cinema por sua atuação em "Casablanca". Ela faz o papel da governanta Emilie, que assume papel crucial na família Stoddard, fragilizada pela morte de Molly (Fay Wray, a mocinha do "King Kong" de 1933). Adam (Warner Baxter), um dono de corretora que passa por problemas financeiros, então, tem de assumir a educação de seus quatro jovens filhos. Eles crescem, e quando a família é reunida novamente (três deles tinham sido enviados a um colégio interno), um dos filhos se casa com a inescrupulosa Hester (Susan Hayward), que causará reviravoltas no tranqüilo núcleo. O cineasta Gregory Ratoff não ousa, mas ao menos assina uma boa direção de atores. (MARIO GIOIA) Ação Profissionais do Crime JOHNNIE TO E WAI KAI FAI Distribuidora: Europa; Quanto: só para locação Imperdível para quem se interessa pelo cinema de ação que vem sendo feito em Hong Kong, "Profissionais do Crime" narra de forma delirante a rivalidade entre dois matadores profissionais, o recluso O (interpretado por Takashi Sorimachi) e o cinéfilo Tok (Andy Lau). Os dois fazem tudo o que podem para superar seus "recordes", disputam a mesma mulher e, é claro, enfrentam-se em um espetacular duelo final. Na direção compartilhada estão Johnnie To (de "Eleição", filme que competiu no Festival de Cannes) e Wai Kai Fai. Não se espante se encontrar, neste filme, muitas cenas aparentemente familiares. As produções de Hong Kong, que circulam muito pouco fora das salas de cinema da China, têm sido descaradamente copiadas pela indústria cinematográfica de Hollywood. (PEDRO BUTCHER) Texto Anterior: Crítica/"Kagemusha - A Sombra de um Samurai": Kurosawa faz bela reflexão sobre o poder Próximo Texto: Próximo livro mostra influências e variedade da cozinha marroquina Índice |
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