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TRIBUTO
Compositor, que está gravando novo disco no Rio, vai a Argentina para show em homenagem ao guerrilheiro
Chico volta aos palcos por Che Guevara
FERNANDO GODINHO
de Buenos Aires
O revolucionário argentino Ernesto Che Guevara vai trazer o
cantor e compositor brasileiro
Chico Buarque de volta aos palcos.
O público argentino será o beneficiado pela nova façanha do médico que fez a revolução socialista
em Cuba ao lado de Fidel Castro.
Chico Buarque participará de
um dos dois concertos em homenagem aos 30 anos da morte de
Che Guevara, no dia 8 de outubro,
em Buenos Aires. Outro, amanhã,
em Santiago (Chile), não terá músicos brasileiros.
"Paratodos"
O jejum de Buarque no Brasil já
dura três anos, desde que ele excursionou com o disco "Paratodos" (94). Esta semana, no Rio,
Chico está em estúdio gravando
seu novo disco, ainda sem nome
definido.
O concerto em Buenos Aires
acontecerá no estádio de Ferro,
um clube de futebol portenho do
bairro Caballito.
Apesar de participarem da mesma homenagem, Chico Buarque e
o cantor Silvio Rodríguez farão
shows separados. O brasileiro será
acompanhado por uma banda de
seis pessoas. Rodríguez subirá só
ao palco.
A presença de Chico Buarque na
Argentina promete ser relâmpago:
o cantor e compositor se programou para chegar em Buenos Aires
poucas horas antes do show e deixar a cidade logo após o final do
concerto.
Os argentinos Víctor Heredia e
Miguel Angel Estrella e o uruguaio
Daniel Viglietti também estão na
homenagem de Buenos Aires.
Frei Betto
O produtor argentino Lucio Alfiz
disse à Folha que a homenagem a
Che Guevara foi idealizada pelo
brasileiro Frei Betto.
A idéia do show surgiu em 1995,
durante um seminário de estudos
políticos na Faculdade de Filosofia
e Letras de Buenos Aires.
Alfiz confirmou que Frei Betto ligou para Silvio Rodríguez e para
Chico Buarque para convidá-los.
A resposta positiva foi imediata.
Disco
Além da avalanche de biografias
sobre Che, o revolucionário argentino é tema de um disco que
acaba de ser lançado na Argentina.
"Para Sempre Che!" apresenta,
em versões originais, boa parte do
cancioneiro popular da América
Latina dedicado a Che Guevara:
composições de Mario Benedetti,
Atahualpa Yupanqui e Silvio Rodríguez.
A edição traz ainda a reprodução
da "Carta de Despedida", um documento célebre lido por Castro
em uma solenidade pública em
Cuba assim que foi confirmada a
notícia do assassinato de seu amigo boliviano nas selvas da Bolívia,
em 1967.
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